MAU CARÁTER. FALSIDADE.
Na vala comum das graves faltas humanas, como gosto de dizer, capitais, por nascerem do “caput”, da vontade consciente e dirigida, jazem o mau caráter, pai desses filhos indesejados, e a falsidade, a mãe.
São o gosto amargo da vida semeado pelo fel lançado a contaminar o convívio humano.
E o pai, o gênero, o mau caráter, viola a tudo e a todos, antes dilacerando suas próprias entranhas, vai se deteriorando sem perceber, e morre isolado.
A mãe, a falsidade, embora possa parecer que somente habita e se exercita entre os próximos, amigos e familiares, ela alça voos inimagináveis. Está em todos os lugares, da intimidade ao anonimato.
Na intimidade é mais daninha, escora-se na covardia, nas sombras, está sempre prestes a dar o bote por ser presencial e fazer do convívio a possibilidade de falsear no momento certo. É vestida da marca espúria da hediondez, pois solapa sorrateiramente. E incorpora, também, a omissão, pois falso é aquele(a) que nega os votos de ordem natural dos sentimentos, deixando de socorrer familiares necessitados de alguma forma.
É a pior das falsidades, a que nega suas origens e escorraça o sentimento.
Mas há a falsidade do anonimato, cuja covardia se espelha nas sombras, agora com realce na internet, que pode aclarar-se na justiça, embora ache perda de tempo, dar importância ao que desimporta, abrindo-se o IP através de medida premonitória, para processar o caluniador, difamador, injuriador, segundo a tipificação do caso concreto, que traz agravo e sofrimento para pessoas sensíveis.
Da internet, no campo do convívio, só se pode esperar grandes amizades, minoritariamente, ou patologias agressoras, majoritariamente.
Recebi um email que abordava texto meu dizendo-o muito elucidativo e verdadeiro...mas “que as massas sempre se incomodam com aqueles que querem apenas viver sua verdade, tratando-os como doentes sociais ou sentindo-os como verdadeiras ameaças.” E manifesta querer apenas ser quem se é, sem perturbar ninguém e as pessoas nos estranham, nos agridem e se afastam de nós.
E remata: ”Às vezes eu acho que o conselho que alguém um dia deu a mim, em um momento difícil da vida, pode ter alguma validade; a pessoa em questão me disse: " você precisa aprender a ser falsa! "Eu não escutei, e tenho pago um preço cada vez mais alto por isso. Mesmo assim, eu acho que vale cada centavo.”
Andou na trilha certa evitando o conselho indevido. E respondi o email, destarte:
A falsidade não só é execrada pela sociedade como grupo organizado, desde que os homens se agregaram, como também é conduta reprovada em todos os sentidos por todos. Isso é hipocrisia? É mera aparência essa reprovação? Que seja, e concordo desse passo em parte, o melhor exemplo são os homens públicos que conheço bem. Isto não torna a falsidade valor positivo, e melhor, não se pode generaliizar, e muito menos colocar à margem de nosso maior tribunal, a consciência, configuração dessa ordem. Não sei quem deu esse conselho, evidentemente é um mau conselheiro, ao menos em minha ótica. Que outros criem suas "verdades", confortáveis, inserindo falsidade como meio de vida e existência, núcleo para movimentar seja lá o que for, mínima ou maximamente, a cabeça dos outros é lugar pequeno para conduzir minha vida e conceituar meus valores.
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