UMA MÚMIA NO FRIO
Não adianta. Todos os anos eu reclamo e todos os anos ele vem. Chega de repente, sem avisar. A gente vai dormir com 15ºC, a noite começa um vento sul e de manhã lá estamos nós tendo que suportar 5ºC. Isso no primeiro dia, porque nos próximos haja cobertor! A gente "despenca" tudo o que tem acondicionado no guarda-roupas e dorme como se tivesse concreto em cima do corpo. E de manhã para sair da cama quentinha? Precisaria ter um guindaste para puxar o corpo que, desesperado, se nega a colocar o pé no chão.
Meia de lã, calça grossa, botas, básicas, blusões, casacos, mantas. Uma múmia, com certeza, se sentiria melhor que o embrulho que viramos!
Pois é, com um País de dimensões continentais, quem mandou nascer no Sul? Vou continuar reclamando, o frio vai continuar castigando e a múmia vai continuar se embrulhando. Fazer o quê?
@ Dedico esta crônica ao meu amigo Ciro Fonseca que, corajoso,
está de malas prontas para visitar o Rio Grande.