Em Alagoas, o caranguejo vale mais que o homem.

A tão aguardada instalação de um Estaleiro no litoral Sul de Alagoas, que geraria dezenas de milhares de empregos, alavancando a economia do nosso Estado, teve um resultado frustrante para os alagoanos, com a decisão do IBAMA em proibir tal instalação, por considerar área de mangue, o habitat dos nossos caranguejos.

Em Pernambuco, uma área muito maior foi ocupada para a mesma finalidade, considerando a prevalência do homem sobre o caranguejo. Mesmo com o comprometimento de compensar o prejuízo aos crustáceos, destinando-lhes uma aérea ainda maior, aqui a obra está sendo negada.

O motivo principal não é a questão do meio ambiente, onde o próprio homem tem condições de propiciar as suas compensações, conforme já demonstrado em outras regiões. Vê-se, claramente, que há conotação política no entorno. Cada obra tem um pai, cujo adversário torce pelo seu insucesso.

Como sou ribeirinho do São Francisco, lembro-me das reações contrárias às barragens que ali foram construídas, com a finalidade de instalar usinas hidrelétricas. Hoje, graças a elas, não só a região sanfranciscana teve grande melhoria, mas todo o nosso Nordeste. Em nome do progresso, há de se encontrar algumas alternativas para compensar um pequeno prejuízo em função de um grande lucro.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 26/06/2012
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