Em Alagoas, o caranguejo vale mais que o homem.
A tão aguardada instalação de um Estaleiro no litoral Sul de Alagoas, que geraria dezenas de milhares de empregos, alavancando a economia do nosso Estado, teve um resultado frustrante para os alagoanos, com a decisão do IBAMA em proibir tal instalação, por considerar área de mangue, o habitat dos nossos caranguejos.
Em Pernambuco, uma área muito maior foi ocupada para a mesma finalidade, considerando a prevalência do homem sobre o caranguejo. Mesmo com o comprometimento de compensar o prejuízo aos crustáceos, destinando-lhes uma aérea ainda maior, aqui a obra está sendo negada.
O motivo principal não é a questão do meio ambiente, onde o próprio homem tem condições de propiciar as suas compensações, conforme já demonstrado em outras regiões. Vê-se, claramente, que há conotação política no entorno. Cada obra tem um pai, cujo adversário torce pelo seu insucesso.
Como sou ribeirinho do São Francisco, lembro-me das reações contrárias às barragens que ali foram construídas, com a finalidade de instalar usinas hidrelétricas. Hoje, graças a elas, não só a região sanfranciscana teve grande melhoria, mas todo o nosso Nordeste. Em nome do progresso, há de se encontrar algumas alternativas para compensar um pequeno prejuízo em função de um grande lucro.