Um súbito sorriso

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Dizem que sorriso (ou riso) é contagiante, mas não é isto que observo no dia a dia. Sabem aquele dia em que acordamos felizes, mesmo por nada, mas com a alma limpa, e tomamos atitudes sociais simpáticas, cordiais e educadas? Quantas pessoas que vocês encontram estão em sua consonância?...

O sorriso é o melhor cartão de visita, a meu ver, principalmente quando a gente se depara diante de um desconhecido, em qualquer situação na qual precisamos travar contato verbal. O sorriso, quando chega junto, é bem-vindo. Não um sorriso amarelo ou que contorce o canto da boca, mas aquele que relaxa todos os músculos do rosto.

Com o sorriso, também os olhos se abrem, revelando, assim, nossa alma. Os olhos chegam à frente porque nosso bom espírito inaugura a súbita relação – tudo decorado por um simples e quase tímido esticar de lábios.

O convívio interpessoal muitas vezes já começa errado quando a gente olha para o outro e vê apenas uma nuvem de coisas ruins, pesadas, transmitidas pela face contraída, pelos olhos alheios àquele momento. Palavras educadas ou objetivas podem, neste instante, ser consideradas ofensivas, uma vez que o nosso interlocutor não entende que queríamos apenas a retribuição ao bom sorriso que soltamos no ar, de graça. Fazem com que percamos a graça, obrigam-nos a ver a vida sem-graça quando respondem com indiferença, com cinismo, até mesmo com inveja por estarmos sorrindo.

É uma tarefa muito difícil administrar nossas tristezas e, ao mesmo tempo, sentirmos momentos felizes que trazem sorrisos aos nossos lábios, entretanto é muito mais difícil encararmos que nem todo mundo tem a mesma capacidade camaleônica de transformar durezas em leveza.

Não posso considerar orgulho, mas me contento com a minha força de sorrir, que anula meus sentimentos tristes, assim que descubro que outros perto de mim se sentem melhor com isto, tanto quanto eu. Relevo quem o despreza. Afinal, cada um carrega uma história e uma carga, mas nem todos conseguem ultrapassar seus limites, justamente o que faz a diferença entre um guerreiro e um perdedor.

Leila Marinho Lage
Junho de 2012
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Leila Marinho Lage
Enviado por Leila Marinho Lage em 26/06/2012
Reeditado em 26/06/2012
Código do texto: T3744987
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