Está em nossa cultura, acreditar que o relacionamento afetivo, o namoro, deve acontecer em função de alguma atração... Temos aqui um leque de opções, que não vêem ao caso, no momento.
É comum ouvirmos todos os sexos proferirem: “Não! Com ele não! É meu amigo. Não dá, né?!”
No entanto, aparece uma criatura do nada, com uma boa aparência, ou um bom papo, ou um bom bolso, ou um bom sexo, e, pronto... Atiramo-nos de cabeça, sem qualquer certeza, sem qualquer garantia. Voo cego.
No começo, tudo bem! Enquanto dura o interesse que motivou a união. Acontece que um relacionamento é algo que, para ser bom, para valer à
pena, tem que ser profundo. Para ser profundo é preciso haver conhecimento entre as partes. Novamente, ao contrário do que estamos acostumados a ouvir: “Ih, ele não. Já sei tudo dele. Conheço-o como a palma de minha mão.”
Quando a conversa já não convence mais... O dinheiro minguou... A barriga cresceu...O sexo ficou chato... Aí sim, passa a fazer falta a base de tudo: o conhecimento do outro. Passada a novidade, é necessário que os fios estejam muito bem entrelaçados, para a relação continuar.
O que se ouve de todo o lado é: “Não sabia que ele era assim!” “Não sabia que ele ia se transformar nisso...” “Casei-me com um estranho”!!!
A pergunta que não quer calar: Por que casou, criatura?!?! ... ... ... Por que prometeu, o que não tinha como saber, que poderia cumprir?!... ... ... Por que usou, descaradamente, e, depois se ofende em ser usado?!... ... ... Por que colocou a felicidade na mão de um completo estranho?!... ... ... Por que abandonou alguns sérios princípios, em função de uns ralos indícios?!
Boa parte disto tudo, de todo este transtorno, poderia ser evitado se houvesse mútuo conhecimento. Ao menos, o básico, o essencial, que só o tempo, a convivência podem mostrar.
Falei isto tudo para dizer que acredito piamente que a melhor base para um romance é a amizade. Esta inclui: admiração e respeito!
Raciocinem comigo: se pra quase ninguém dá certo, o relacionamento baseado em “atrações”, “interesses”, é porque a formula está errada. Esta equação, da forma como temos desenvolvido, não zera. Nem nunca vai zerar. Como este momento mundial é de mudança, penso que se encontrássemos novas fórmulas, mais maleáveis, mais sinceras, para nos relacionarmos, teríamos mais chances de nos encontrarmos com a felicidade, em tranquilidade. No pleno exercício da afetividade.
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