O SER COMO OBJETIVO DE VIDA
Eu sempre costumo ouvir, através do rádio, as crônicas de um padre da minha cidade que, sabiamente, fala sobre essa transformação pela qual a sociedade contemporânea pós-moderna passa, onde o ter, o poder e o prazer estão acima de qualquer valor moral que esta própria sociedade estabelece.
E essa busca desenfreada pelas coisas materiais é tão visível em nossos dias, que vem se tornando parte da rotina de todos nós – inclusive daqueles que procuram se preservar mais, desejando permanecer com os seus valores voltados para as coisas mais essenciais, sem alargues de pomposas riquezas.
Privilegiar o ter (consumismo) em detrimento do ser (conquistar-se, conhecer-se) já se tornou tão comum que até os mais vacinados caem nas armadilhas que o “estar” apresenta. Hoje em dia, ouvir alguém perguntar se nós conhecemos determinada pessoa e, diante de nossa negativa, constatar que ela é apresentada pelos seus bens materiais (é fulana de tal, dona daquele carro preto ano tal, que mora naquela mansão em bairro tal, que fez uma plástica e uma lipoaspiração, etc.) já não causa nenhuma estranheza.
Infelizmente, o sistema de ideias do mundo atual está situado, sobretudo, na corrida excessiva pela posse das coisas materiais, tais como: ter dinheiro, ter prestígio, galgar posições sociais, procurar destaque em áreas que sejam vitrines – e que isso traga recompensas e relevância pessoal –, tudo isso, como forma de se buscar uma segurança que, traduzida em uma escala de valores de bens acumulados (que mantém a riqueza como a sua principal medida), é sinônimo de felicidade.
O homem, ser condutor dessas mudanças, vem, através dos tempos, utilizando-se desta prática para, através dela, dominar os seus pares – a dominação do homem pelo homem. A posse lhe confere um status e lhe dá um desígnio por meio do qual, à medida que ele passa a exercê-lo, ele começa, também, muitas vezes, a desprezar a sua conduta ética e moral. Para ele, o que interessa é o materialismo e o consumismo em detrimento de suas conquistas intelectuais e suas virtudes, pois ele as considera de menor importância em sua escala de valores.
E isso leva, logicamente, à sede de poder. Estar autoridade, hoje em dia (salvo as exceções), é incorporar o cargo, ou o título, às suas próprias benesses, achando-se dono, querendo torná-lo vitalício. Vê-se destacado, em manchetes diárias, para qual caminho a sede de poder leva aqueles que se tornam cegos de suas armadilhas.
Consequentemente, em estando as duas coisas ligadas entre si (ter e poder), com certeza o terceiro elo não deixará de existir, que é para dar sentido ao que se atrela a elas: o prazer. Desde os tempos do circo e do pão que o homem passou a ter no prazer a solução para os seus problemas. Com isso, o ter (acúmulo de riquezas) e o poder (a autoridade exercida) contribuem para que esse prazer seja todo voltado não para as coisas simples da vida, como, por exemplo, ler um livro, regar um jardim, passear em um parque, mas para o sentido estético (tudo que vem de fora, do exterior – Kierkegaard), em que o homem passa a ter desejos cada vez mais frequentes pelo mundano, pelo vício e, com isso, ele deixa de ter a liberdade que precisa para poder controlar/valorizar as coisas simples que dão bem-estar, desejos e prazer.
Aonde iremos parar? Sinceramente não sabemos. Talvez a resposta esteja no equilíbrio que a vida tem para nos oferecer. Viver as coisas materiais, mas sem deixar de lado as coisas do espírito, da reflexão e da liberdade.
É claro que a vida é para ser vivida, mas ela lhe cobrará todas as vezes que a linha que separa limites e possibilidades for ultrapassada em seus dois lados.
Ter o necessário para se levar uma vida confortável – em sua vida privada –, faz parte das possibilidades criadas pelo compromisso profissional, que levará, automaticamente, para o prazer de se construir uma família, praticar a caridade e a religiosidade e conhecer outras culturas. Desta forma, exercer um cargo público, de acordo com o seu currículo de experiências, faz parte da vida de um cidadão pleno, porém, o poder emana do povo e para o povo, e é para ele que “estar” autoridade deve se voltar.
De modos que, viver em plena harmonia – tanto com o transcendental, quanto com o materialismo, e deles tirar o devido proveito para se buscar o equilíbrio das forças (razão e emoção) – é, em todos os parâmetros de unidade e medida de valores, dar a César o que é de César e dar a Deus o que é de Deus.
Obs. Imagem da Web
Eu sempre costumo ouvir, através do rádio, as crônicas de um padre da minha cidade que, sabiamente, fala sobre essa transformação pela qual a sociedade contemporânea pós-moderna passa, onde o ter, o poder e o prazer estão acima de qualquer valor moral que esta própria sociedade estabelece.
E essa busca desenfreada pelas coisas materiais é tão visível em nossos dias, que vem se tornando parte da rotina de todos nós – inclusive daqueles que procuram se preservar mais, desejando permanecer com os seus valores voltados para as coisas mais essenciais, sem alargues de pomposas riquezas.
Privilegiar o ter (consumismo) em detrimento do ser (conquistar-se, conhecer-se) já se tornou tão comum que até os mais vacinados caem nas armadilhas que o “estar” apresenta. Hoje em dia, ouvir alguém perguntar se nós conhecemos determinada pessoa e, diante de nossa negativa, constatar que ela é apresentada pelos seus bens materiais (é fulana de tal, dona daquele carro preto ano tal, que mora naquela mansão em bairro tal, que fez uma plástica e uma lipoaspiração, etc.) já não causa nenhuma estranheza.
Infelizmente, o sistema de ideias do mundo atual está situado, sobretudo, na corrida excessiva pela posse das coisas materiais, tais como: ter dinheiro, ter prestígio, galgar posições sociais, procurar destaque em áreas que sejam vitrines – e que isso traga recompensas e relevância pessoal –, tudo isso, como forma de se buscar uma segurança que, traduzida em uma escala de valores de bens acumulados (que mantém a riqueza como a sua principal medida), é sinônimo de felicidade.
O homem, ser condutor dessas mudanças, vem, através dos tempos, utilizando-se desta prática para, através dela, dominar os seus pares – a dominação do homem pelo homem. A posse lhe confere um status e lhe dá um desígnio por meio do qual, à medida que ele passa a exercê-lo, ele começa, também, muitas vezes, a desprezar a sua conduta ética e moral. Para ele, o que interessa é o materialismo e o consumismo em detrimento de suas conquistas intelectuais e suas virtudes, pois ele as considera de menor importância em sua escala de valores.
E isso leva, logicamente, à sede de poder. Estar autoridade, hoje em dia (salvo as exceções), é incorporar o cargo, ou o título, às suas próprias benesses, achando-se dono, querendo torná-lo vitalício. Vê-se destacado, em manchetes diárias, para qual caminho a sede de poder leva aqueles que se tornam cegos de suas armadilhas.
Consequentemente, em estando as duas coisas ligadas entre si (ter e poder), com certeza o terceiro elo não deixará de existir, que é para dar sentido ao que se atrela a elas: o prazer. Desde os tempos do circo e do pão que o homem passou a ter no prazer a solução para os seus problemas. Com isso, o ter (acúmulo de riquezas) e o poder (a autoridade exercida) contribuem para que esse prazer seja todo voltado não para as coisas simples da vida, como, por exemplo, ler um livro, regar um jardim, passear em um parque, mas para o sentido estético (tudo que vem de fora, do exterior – Kierkegaard), em que o homem passa a ter desejos cada vez mais frequentes pelo mundano, pelo vício e, com isso, ele deixa de ter a liberdade que precisa para poder controlar/valorizar as coisas simples que dão bem-estar, desejos e prazer.
Aonde iremos parar? Sinceramente não sabemos. Talvez a resposta esteja no equilíbrio que a vida tem para nos oferecer. Viver as coisas materiais, mas sem deixar de lado as coisas do espírito, da reflexão e da liberdade.
É claro que a vida é para ser vivida, mas ela lhe cobrará todas as vezes que a linha que separa limites e possibilidades for ultrapassada em seus dois lados.
Ter o necessário para se levar uma vida confortável – em sua vida privada –, faz parte das possibilidades criadas pelo compromisso profissional, que levará, automaticamente, para o prazer de se construir uma família, praticar a caridade e a religiosidade e conhecer outras culturas. Desta forma, exercer um cargo público, de acordo com o seu currículo de experiências, faz parte da vida de um cidadão pleno, porém, o poder emana do povo e para o povo, e é para ele que “estar” autoridade deve se voltar.
De modos que, viver em plena harmonia – tanto com o transcendental, quanto com o materialismo, e deles tirar o devido proveito para se buscar o equilíbrio das forças (razão e emoção) – é, em todos os parâmetros de unidade e medida de valores, dar a César o que é de César e dar a Deus o que é de Deus.
Obs. Imagem da Web