SO(LHE)DÃO

SO (LHE) DÃO

Estamos sempre procurando locais bastante freqüentados, procuramos estar cercados de pessoas, mesmo que não às conheçamos, apenas pela necessidade de ouvir vozes; de ver e ser visto. Até a televisão faz às vezes de companhia. É bem verdade que somos seres grupais, temos inerente o instinto de sobrevivência e descobrimos que em grupo seria mais fácil ficarmos vivos.

Porém, ao mesmo tempo, somos únicos. Possuímos individualidades que são incompartilhavéis e para nos mantermos em equilíbrio, precisamos conhecê-las, pois só assim, nos entenderemos melhor. Mas como chegamos a nossa essência? Quando estamos sós. É na solidão que nos conectamos com o que somos. Que nos descobrimos com nossas fortalezas e fraquezas. Ficamos desnudos, sem enfeites. Esse encontro para muitos é doloroso, daí a doença que avassala o século XXI: A depressão. O medo de ficar só consigo mesmo e não conseguir se ver. Precisamos de multidões, de estarmos conectados na “rede” com o maior número de “amigos”. A memória de celular garante o quanto somos conhecidos e aceitos. Quando não estamos presos ao turbilhão do sou porque tenho, perdemos a “pressão” que tudo isso causa sobre nós, e o que vem depois? A depressão, a falta dessa pressão; o silêncio; a solidão.

So(lhe)dão, já analisaram a palavra solidão por esse prisma? Então vejamos: Quando estamos sós, temos a oportunidade de recebermos. Pode parecer meio dicotômico, mas é verdade. Sozinhos recebemos nossa visita, temos um encontro marcado com nosso eu, e desse encontro saímos mais sábios, mais fortes, é bem verdade que com alguns arranhões, contudo fortes para encararmos o mundo de frente, podendo entender melhor porque somos diferentes. Portanto, não devemos temer em ficarmos sós, já que na so(lhe)dão, também estamos em ótima companhia.

IAKISSODARA CAPIBARIBE

IAKISSODARA CAPIBARIBE
Enviado por IAKISSODARA CAPIBARIBE em 08/02/2007
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