O Campeonato Paulista de 1940

Voltamos a escrever sobre times e jogadores que os desportistas de hoje, talvez, nunca tenham ouvido falar. Podemos ser chamados de saudosistas mas temos ouvido cronistas esportivos de hoje falarem coisas, muito longe da realidade. Como quando aparecem jogadores um pouco melhores do que os outros e já são rotulados de fora de séries.

Voltamos ao passado para falar do Campeonato Paulista de 1940. Nesse ano tivemos o Palestra Itália sagrando-se campeão, a Portuguesa de Esportes, como vice-campeã, e no terceiro lugar, superando os grandes Corinthians e São Paulo, que junto com o Palestra formavam o chamado “trio de ferro”, ficou o C. A. Ypiranga, da Rua Sorocabanos, na Capital paulista.

O Palestra, que nesse ano de 1940, fazia a partida inicial, contra o Coritiba Football Clube, do Estádio do Pacaembu, na época o maior estádio do Brasil, seria, também, o campeão paulista.

Se não tinha mais o grande esquadrão de 1932,1933 e 1934, ainda era um bom time, com jovens jogadores aparecendo como Eduardo Lima que seria titular do Palestra, depois Palmeiras, por mais de 12 anos.

Mas em 1940, o Palestra, que logo viraria Palmeiras, iniciou a década que lhe deu 5 títulos paulistas (1940, 1942, 1944, 1947 e 1950) com Gijo, Carnera e Beliomini; Garro, Oliveira e Del Nero; Luizinho, Canhoto, Echevarrieta, Lima e Pipi.

Em segundo lugar no campeonato ficou a Portuguesa, que já não tinha em seu plantel aquele célebre trio final Batatais, Neves e Machado.

Neves havia se transferido para o Santos e Batatais e Machado para o Fluminense do Rio de Janeiro. Estes dois últimos foram titulares da Seleção Brasileira na Copa de 1938, na França. E agora faziam parte do maior elenco de craques de uma só agremiação, no Brasil, que era o tricolor de Álvaro Chaves.

Mas a Associação Portuguesa de Esportes, em 1940, era assim formada: Rodrigues, Pepino e Osvaldo; Alberto, Fausto e Barros; Guanabara, Charuto, Farah, Arturzinho e Carmo. Arturzinho era o mesmo que seria campeão com o Palmeiras em 1947, formando num ataque muito bom: Lula, Arturzinho, Osvaldinho, Lima e Canhotinho.

Arturzinho ainda foi para o Santos onde alcançou o terceiro lugar no campeonato paulista de 1949, formando numa grande linha atacante com Odair, Antoninho, Simões, Arturzinho e Pinhegas.

Voltando ao campeonato de 1940, o C. A. Ypiranga, o chamado “Vovô da Colina Histórica”, superou São Paulo e Corinthians e terminou na terceira colocação. O Ypiranga mandava seus jogos no estádio da Rua Sorocabanos, em São Paulo. O Alvinegro sempre revelou grandes jogadores. Mas em 1940 mesclou sua equipe com alguns veteranos e formou com Tuffi, Duílio e Bergamo; Armando, Goliardo e Américo; Peixe, Aldo, Miguelzinho, Lupércio e Edmundo.

A curiosidade é que o atacante Peixe superou os artilheiros favoritos na época como Teleco, do Corinthians, Barestein da Portuguesa Santista, Carlos Leite do S. P. R., Echevarrieta do Palestra, e Emédio do São Paulo.

Esta crônica é apenas uma pequena homenagem a uma gloriosa página do nosso futebol. Se alguém não escrever sobre elas, serão coisas que ficarão abandonadas pois os cronistas da atualidade, na maioria dos casos, estão mais interessados no dia de amanhã e deveriam saber mais da matéria que lhes dá fama e sustento pois histórias do nosso futebol fazem parte da grandeza do nosso Brasil.