CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A VIRTUDE DA HUMILDADE
A humildade não é um simples sentimento, pois tudo o que sentimos naturalmente passa com o tempo, porque naturalmente os sentimentos se sucedem conforme as fases da vida. De fato, quando falo de sentimento, digo daquilo que sentimos psiquicamente, fisicamente, moralmente e espiritualmente.
Na verdade, porém, muito mais que um simples sentimento, a humildade é uma das virtudes do Espírito Santo de Deus presente na alma humana desde o primeiro instante do nosso batismo, pois a partir de então fomos feitos novas criaturas, dotadas de todas as virtudes celestes, para vivermos a vida nova dos filhos e filhas de Deus, isto é, em estado de graça, em plena comunhão com a vontade do Altíssimo.
O contrário da virtude da humildade, é o pecado da soberba ou orgulho, este é de origem espiritual e leva a alma humana a sofrer danos irreparáveis, quando não confessando e perdoado, porque seus efeitos são extremamente graves, tanto a nível pessoal como coletivo, visto que esses efeitos tornam o viver humano um inferno. Eis algumas atitudes do pecado da soberba: desprezo dos outros, ou seja, sentir-se melhor que os outros; oprimir e humilhar os menos favorecidos; achar-se a cima de tudo e de todos; não dar o braço a torcer, isto é, não se arrepender, não reconhecer os próprios erros, etc.
Santo Agostinho via a soberba como o pecado que levou Satanás a se afastar de Deus. O profeta Isaías assim escreveu sobre a arrogância satânica: “Tu dizias: Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas. Assentar-me-ei no monte da assembleia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo. E, entretanto, eis que foste precipitado à morada dos mortos, ao mais profundo abismo”. (Is 14,13-15).
“A motivação maior do orgulhoso é querer satisfazer o seu próprio ego. Rapidamente, porém, ele esbarra no “paradoxo do hedonismo”: quanto mais se busca o prazer, menos ele é encontrado” (*). E assim, segue a vida na insatisfação e no desespero de nunca encontrar a paz, por isso, procura projetar toda sua frustração em forma de revolta, procurando causar a infelicidade no maior número possível de almas que possa encontrar e atingir, já que não consegue o que quer. Desse modo, abre um abismo de perdição para si mesmo e para aqueles que se submetem às suas chantagens psíquicas e espirituais, ou seja, aqueles que se submetem às suas sugestões pecaminosas e se deixam levar por elas. É como nos ensinou o Senhor Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. (Jo 8,34).
Com efeito, assim escreveu Santo Agostinho: “Foi a soberba que transformou os anjos em demônios, mas é a humildade que torna os homens em anjos”. Na verdade, “a virtude da humildade é, talvez, a virtude que mais se distancia do arquétipo pregado pela cultura secular” (*). Porque, enquanto a cultura secular prega o vencer e aparecer a todo custo; a virtude da humildade ensina os humildes a amar a Deus acima de todas as coisas, procurando vencer-se a si mesmos, entregando-se aos seus desígnios de amor, a fim de que seja implantado o Reino de Deus e suas justiça.
Jesus, nas bem aventuranças, descreveu os humildes, assim: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!” (Mt 5,5). Portanto, “Os pobres de coração (os humildes) são chamados “bem-aventurados” não porque sua pobreza lhes conceda alguma condição meritória, mas porque precisamente apesar disso e em meio a sua sempre deplorável condição, o reino dos céus lhes traz a redenção pela graça de Cristo” (*). Porque, por sua humilde obediência amorosa, se submetem ao Senhor em tudo o que lhe apraz. De fato, o céu pertence aos humildes, àqueles que se submetem a Deus e o amam incondicionalmente.
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
***
“Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros”. (cF. Fil 2,1-8).
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(*) http://goo.gl/qh1ze
A humildade não é um simples sentimento, pois tudo o que sentimos naturalmente passa com o tempo, porque naturalmente os sentimentos se sucedem conforme as fases da vida. De fato, quando falo de sentimento, digo daquilo que sentimos psiquicamente, fisicamente, moralmente e espiritualmente.
Na verdade, porém, muito mais que um simples sentimento, a humildade é uma das virtudes do Espírito Santo de Deus presente na alma humana desde o primeiro instante do nosso batismo, pois a partir de então fomos feitos novas criaturas, dotadas de todas as virtudes celestes, para vivermos a vida nova dos filhos e filhas de Deus, isto é, em estado de graça, em plena comunhão com a vontade do Altíssimo.
O contrário da virtude da humildade, é o pecado da soberba ou orgulho, este é de origem espiritual e leva a alma humana a sofrer danos irreparáveis, quando não confessando e perdoado, porque seus efeitos são extremamente graves, tanto a nível pessoal como coletivo, visto que esses efeitos tornam o viver humano um inferno. Eis algumas atitudes do pecado da soberba: desprezo dos outros, ou seja, sentir-se melhor que os outros; oprimir e humilhar os menos favorecidos; achar-se a cima de tudo e de todos; não dar o braço a torcer, isto é, não se arrepender, não reconhecer os próprios erros, etc.
Santo Agostinho via a soberba como o pecado que levou Satanás a se afastar de Deus. O profeta Isaías assim escreveu sobre a arrogância satânica: “Tu dizias: Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas. Assentar-me-ei no monte da assembleia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo. E, entretanto, eis que foste precipitado à morada dos mortos, ao mais profundo abismo”. (Is 14,13-15).
“A motivação maior do orgulhoso é querer satisfazer o seu próprio ego. Rapidamente, porém, ele esbarra no “paradoxo do hedonismo”: quanto mais se busca o prazer, menos ele é encontrado” (*). E assim, segue a vida na insatisfação e no desespero de nunca encontrar a paz, por isso, procura projetar toda sua frustração em forma de revolta, procurando causar a infelicidade no maior número possível de almas que possa encontrar e atingir, já que não consegue o que quer. Desse modo, abre um abismo de perdição para si mesmo e para aqueles que se submetem às suas chantagens psíquicas e espirituais, ou seja, aqueles que se submetem às suas sugestões pecaminosas e se deixam levar por elas. É como nos ensinou o Senhor Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. (Jo 8,34).
Com efeito, assim escreveu Santo Agostinho: “Foi a soberba que transformou os anjos em demônios, mas é a humildade que torna os homens em anjos”. Na verdade, “a virtude da humildade é, talvez, a virtude que mais se distancia do arquétipo pregado pela cultura secular” (*). Porque, enquanto a cultura secular prega o vencer e aparecer a todo custo; a virtude da humildade ensina os humildes a amar a Deus acima de todas as coisas, procurando vencer-se a si mesmos, entregando-se aos seus desígnios de amor, a fim de que seja implantado o Reino de Deus e suas justiça.
Jesus, nas bem aventuranças, descreveu os humildes, assim: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!” (Mt 5,5). Portanto, “Os pobres de coração (os humildes) são chamados “bem-aventurados” não porque sua pobreza lhes conceda alguma condição meritória, mas porque precisamente apesar disso e em meio a sua sempre deplorável condição, o reino dos céus lhes traz a redenção pela graça de Cristo” (*). Porque, por sua humilde obediência amorosa, se submetem ao Senhor em tudo o que lhe apraz. De fato, o céu pertence aos humildes, àqueles que se submetem a Deus e o amam incondicionalmente.
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
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“Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros”. (cF. Fil 2,1-8).
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(*) http://goo.gl/qh1ze