Um veterinário, por favor!

A delicadeza me deixa chocada.

Sim, a delicadeza!

Eu NÃO 'sinto muito' dizer uma coisa assim, horrível, insensata, assim como não tenho vergonha de, neste momento, ser ou parecer grosseira.

Vivo em Belo Horizonte. Aqui [não só aqui] é regra xingar e buzinar quando o motorista do carro da frente esperou o pedestre passar [na faixa], ou quando você não saiu imediatamente após o sinal abrir. A grosseria virou moda, a falta de tempo também.

Então, vamos disfarçar a falta de educação ou confundir pressa e impaciência com violência. Afinal, tá moda correr, buzinar e gritar.

Ninguém quer saber onde isso tudo vai dar, ninguém quer perder o sinal verde, respeitar o amarelo e entender que o vermelho significa: pare. Faixa de pedestre? Existe para enfeitar a via pública. E buzina? Foi feita para violentar a audição.

Não tenho nada com isso! Meus ouvidos, menos ainda! Mas sou obrigada a aguentar os abusos dessa raça carente de amor, ou de veterinário.

Talvez por isso eu tenha perdido a capacidade de indignação, infelizmente! O que me faz pensar que, em função disso, posso precisar [também] de veterinário algum dia. Porque, das duas uma. Ou a delicadeza viajou ou morreu mesmo e quando raramente ela volta ou ressuscita nesse ambiente infernal, fico assombrada e comovida.

Seiscentosgramas
Enviado por Seiscentosgramas em 21/06/2012
Código do texto: T3736260
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