Às vezes lembro-me de mim, quando ainda tinha apenas caminhos incertos e nenhuma certeza na vida. Chorava de tristeza, por que no mundo não existia lugar para alguém com tanta sensibilidade, era isso o que eu aprendia. O que ia ser de mim, quando eu crescesse, para onde a vida me levaria. Quanta dor isso me causava.
Acabei trocando os pés pelas mãos e como tinham ninguém para me ajudar, decidi eu mesmo traçar o meu caminho. Um caminho incerto e cheio de desvios, mas era a minha cara, apesar de tudo. Contudo, eu fiz muita gente mudar, mas descobri pela própria dor que criei que na vida o bem maior é certamente o bem de esperar.
Tudo na vida passa e assim como na peneira, passa aquilo que tem que passar e o que passa fica em outro lugar esperando para ser usado, da forma mais correta como fragmento de alguma coisa que sequer sabemos do que se trata, pois a vida é vivida ao vivo e a cores, sem tempo para pensar, apenas com sentimento.
O melhor mestre que temos é o sentimento. Se aprendermos a abrir os nossos corações para ele, as coisas dão muito mais certo e, para tudo onde existe sentimento, sempre há cura, pois um coração toca sempre outros corações e é neste toque que nos transformamos em poder. Um poder verdadeiro que tudo cria, recria e é.