MORTE. FATALIDADE.DESTINO.

João era uma pessoa boníssima que vivia para a família, mulher e três filhas. Era muitíssimo amigo de amigo meu que reputo um irmão. Ambos casados com irmãs. Surgiu entre eles grande amizade.

Morava João em um apartamento de dois quartos, seu sonho era trabalhar bastante para comprar um de três quartos. E assim fez por toda uma vida, e conseguiu realizar o velho sonho já com uma certa idade, sexagenário, filhas já casadas, uma morando em Paris, lutando para melhorar, morando onde a visitei algumas vezes, quando de minhas estadas, numa minúscula mansarda, com o marido, excelente pessoa, que embora com pai rico dono de empresas em São Paulo, queria se fazer sozinho, a outra juíza que comigo trabalhou, pouco conhecendo a terceira e mais nova.

João, como disse, concretizou o sonho, ia morar dois quarteirões de onde sempre morou, em Icaraí, duas quadras da Praia.

No dia da mudança, tudo já no caminhão, foi para a porta do que seria sua nova moradia esperar o caminhão. Nunca mais viu seus pertences ou viveu seu sonho. Um enfarte fulminante lançou-o ao chão morto. Um desespero para todos.

Fui em missa de sétimo dia especial que para ele fizeram em Igreja que frequentava e era irmão congregado.

Consternação geral. Sentei ao lado de meu amigo que era casado com a irmã de sua mulher e dele era “carne e unha”, caminhavam juntos todo dia. E disse então que João não mais se preocuparia em pagar contas, economizar, etc, não teria mais compromissos, tinha abraçado a paz completa.

Tentava minimizar a dor de meu amigo, grande amigo de João, embora soubesse da confortadora fé que este amigo possuía.

Começa o padre a sua prédica exortando as qualidades de João, sua vida cristã dedicada à família e à coletividade e adita que agora ele estava em inteira paz, E NÃO PRECISAVA MAIS SE PREOCUPAR COM CONTAS, PAGAR CONDOMÍNIO DO NOVO APARTAMENTO QUE COMPRARA, MAIOR, E TODAS AS OUTRAS OBRIGAÇÕES.

Meu amigo me olhou e disse: é telepatia que o padre fez com você?

É um fato verdadeiro e a paz em que se encontra João, permitiu que ele não visse o massacre que fizeram com sua filha juíza.

O destino tem escolhas que nossa escolha não pode e nunca poderá explicar nem prever.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/06/2012
Reeditado em 20/06/2012
Código do texto: T3734121
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