O PODER DE AMAR

A vida, para quem ama e é amado(a), malgrado tantas nuances complexas e inexplicáveis, ainda é uma linda rosa perfumada e colorida que se multiplica infinitas vezes nos roseirais do mundo exalando a perplexidade de seu olor. Porque por intermédio da magnitude do amor, esse extraordinário campo magnético que atrai a todas as criaturas de forma surpreendente, exatamente tudo alça voo e chega às mais inesperadas alturas, tudo brilha e emociona intensamente, o céu se torna mais azul e propício ao por do sol, os sorrisos perdem a noção de tempo finitude e as estrelas parecem estar se reproduzindo no espaço numa algazarra terna e delicada. Emana desse fervoroso vulcão, por conseguinte, generoso e feliz suspiro de êxtase, contagiante frenesi que extrapola a mais profícua imaginação.

E essa inusitada e poderosa arma sedutora chamada amor explicita de maneira bem cristalina que amar é se entregar sem medidas, doar-se por inteiro, é relaxar como e morresse de prazer, é abraçar com sofreguidão como se perdurasse um breve temor de que esse fosse o último abraço, é beijar profundamente desfrutando cada segundo desse beijo, é gozar como se estivesse adentrando o paraíso mais excelente, é cantar a mais linda e doce melodia, é ser completamente feliz com a pessoa amada nos momentos que a vida conceder e enquanto um vendaval súbito não abalar os alicerces desse sentimento maravilhoso.

Contudo, forçoso nos é reconhecer quão tênue é a linha imaginária entre a imensidão do amor e o abismo do ódio, como ela parece ínfima, fraca e frágil, apesar de sua incomensurável potência, podendo romper-se com um simples sopro do destino. E se transformar nas formas mais cruéis dos sentimentos humanos, o desprezo, a ira e, por fim o ódio. Quando o cristal, por alguma razão repentina, cai e se despedaça, se torna realmente impossível colar os fragmentos; assim também acontece com o amor quando acaba. A punhalada, muitas e muitas vezes, vem de quem menos esperamos, alguém cujo amor mudado em rancor reprimido explode de repente e se revela. O amor humano, infelizmente, é por demais pequeno, chega ao seu limite com grande facilidade.

Todos nós anelamos apenas razões para amar, motivos para sorrir, instantes para descobrir o melhor da vida. O amor tem amplas condições de proporcionar todas essas benesses, o problema é que o coração usualmente se deixa conduzir por qualquer mero sorriso, e isso nem sempre é conveniente para conhecer a felicidade. Na verdade, reconheçamos, um coração assim é mesmo desprovido de juízo e bom senso. E nem sempre o que pensamos ser amor efetivamente é.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 20/06/2012
Código do texto: T3733894
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