OS AMORES: PÁTRIA, LIBERDADE, VERDADE

Ler em sala de aula é algo que gosto de fazer – que cultivo todos os dias um pouco; escrever, ainda mais. Noto que, ao desenvolver estas atividades (ler e escrever em sala de aula), automaticamente chamo os alunos a fazerem o mesmo – e, assim, de pouco em pouco consigo arrebanhar alguns futuros escritores.

Outro dia li no prefácio de um livro de poesia – Por causa de você, que por sinal é maravilhoso, da poetisa Leonecir Lima de Araujo, Léo Lima – os seguintes dizeres: ‘Três âncoras deixou Deus ao homem: o amor da pátria, o amor da liberdade, o amor de verdade.’ – de Rui Barbosa (político e jurisconsulto, nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849, bacharelou-se em 1870 pela Faculdade de Direito de São Paulo, faleceu em 1923, em Petrópolis, Rio de Janeiro). E boas reflexões podem ser feitas a partir da citação acima.

Ainda, o estadista diz: ‘Cara nos é a pátria, a liberdade mais cara; mas a verdade, mais cara de tudo.’ – profunda reflexão. E prossegue: ‘Damos a vida pela pátria. Deixamos a pátria pela liberdade. Mas pátria e liberdade renunciamos pela verdade. Porque este é o mais santo de todos os amores. Os outros são da terra e do tempo. Este vem do céu, e vai à eternidade.’ Em minhas reflexões, vejo ainda mais profundidade.

E quantos de nossos patrícios não deram as suas vidas por nossa pátria? E, pensando nos dias atuais: quantas guerras ‘civis’ diariamente? E, não é de se pensar, e muito? A nossa sociedade está cada dia mais podre – se é que podemos dizer assim, com pouquíssimas exceções.

Quantos de nossos irmãos deixaram o nosso Brasil por quererem liberdade? Ditadura – ‘Brasil, ame-o ou deixe-o.’ – os de mais tempos vividos nestas terras com certeza lembram! Diretas já! – os mais jovens lembram, pois participaram ativamente do processo. Tudo é o custo árduo do que chamamos de liberdade.

Mas pela verdade (ou pelas nossas verdades – mesmo que sejam as nossas verdades interiorizadas – não compartilhadas com todos) renunciamos a pátria e a liberdade. A verdade é dura – para alguns – mas necessária. Está conosco, interiorizada – ‘vem do céu, e vai à eternidade’, como diz este grande jurista.

Falar a verdade é um dom! Mas muitos não gostam de praticar, de exercer este dom – um dom divino. O amor de verdade criou tudo de belo, de maravilhoso que os nossos olhos se deliciam no curto espaço que por aqui passamos. E falar em tudo isso é acreditar num Ser Superior que amou os homens de tal forma que enviou remissão ao homem por meio de seu único filho – seu Primogênito – e, muitas vezes, não é dado o devido valor.

E, antes de fechar estas poucas linhas, cito duas frases que foram registradas por este sábio homem que também se aventurou no campo das letras: ‘Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das afeições individuais às solidariedades coletivas, da família à nação, da nação à humanidade’ e ’Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade.’ – e, como diz o livro citado, tudo que escrevemos – nós poetas e prosadores – é por causa de você, leitor, que – mesmo não passando de poucos, mas que assiduamente comenta os nossos textos, merece todo o respeito, todo amor, total liberdade de comentar e, acima de tudo, toda verdade. 14/06/2012

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Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 20/06/2012
Reeditado em 17/08/2014
Código do texto: T3733783
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