Agora começava a chover, molhando os cabelos pretos da madrugada. Era uma chuva tranquila e apaziguada, enquanto o Homem atravessava a silenciosa rua, parcialmente iluminada...
Era a Lua. Ela estivera sempre ali, testemunha cúmplice daquele enredo. E já não havia impedimentos para o Homem... Ele, enquanto andava, podia olhar para o esplendor da noite enfeitada, como se fosse dona de uma festa em que a Lua era a mais importante e elegante de todos os convidados.
Ele riu com a descoberta. Porque até a noite mais sombria pode esconder bons segredos desejados. E vestiu-se do que lhe cabia bem... Assim, os passos o conduziram para o bom dia do Sol.
Foi abrindo a porta e vendo o Sol preguiçoso invadir o chão do seu apartamento. A porta permanecia aberta e ele estático. Dali pode entender toda a bagunça de uma vida coberta por tristeza. E não demorou, para que uma brisa maledicente trouxesse-lhe o cheiro da solidão...
Aquele emaranhado de coisas... Reuniam lembranças de uma vida a dois. O Homem andou hipnotizado pela luz quente que vinha da janela e bastou abrir a vidraça para perceber que a chuva havia cessado. Dali ele pode assistir o seu passado insistente e renitente.
Afastou os pensamentos com as mãos. Mas, eles foram mais fortes e impuseram a sua presença. E viu, como a um filme, as cenas se desenrolarem a sua frente...
Viu o Amor chegar. E o Amor o viu. O Amor falou o iludiu e o beijou.
E agora Amor?
O Amor adormeceu, se retirou como um bandido silencioso e sorrateiro. O Amor levou tudo o que tinha construído.
E agora Amor?
Ele estava sozinho pra cuidar das feridas...
O Homem mirou um ponto indefinido. Cerrou os olhos por um longo tempo. Depois, suspirou. Do seu peito sentia emanar uma vontade de se cuidar... Cuidar-se bem!
E com essa irradiação de bons pensamentos ele tratou de limpar a alma, refazer as forças, regar as flores. Fez a opção por esperar. Esperar a primavera florescer, o verão aquentar. O inverno arrefecer e o outono levar consigo as folhas envelhecidas de uma história que já foi e, por certo, não voltará mais...
***
Leiam também:
O Homem (Parte 1)
http://www.tonisouza.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=2802933
O Homem (Parte 2)
http://www.tonisouza.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=2945595
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Ele riu com a descoberta. Porque até a noite mais sombria pode esconder bons segredos desejados. E vestiu-se do que lhe cabia bem... Assim, os passos o conduziram para o bom dia do Sol.
Foi abrindo a porta e vendo o Sol preguiçoso invadir o chão do seu apartamento. A porta permanecia aberta e ele estático. Dali pode entender toda a bagunça de uma vida coberta por tristeza. E não demorou, para que uma brisa maledicente trouxesse-lhe o cheiro da solidão...
Aquele emaranhado de coisas... Reuniam lembranças de uma vida a dois. O Homem andou hipnotizado pela luz quente que vinha da janela e bastou abrir a vidraça para perceber que a chuva havia cessado. Dali ele pode assistir o seu passado insistente e renitente.
Afastou os pensamentos com as mãos. Mas, eles foram mais fortes e impuseram a sua presença. E viu, como a um filme, as cenas se desenrolarem a sua frente...
Viu o Amor chegar. E o Amor o viu. O Amor falou o iludiu e o beijou.
E agora Amor?
O Amor adormeceu, se retirou como um bandido silencioso e sorrateiro. O Amor levou tudo o que tinha construído.
E agora Amor?
Ele estava sozinho pra cuidar das feridas...
O Homem mirou um ponto indefinido. Cerrou os olhos por um longo tempo. Depois, suspirou. Do seu peito sentia emanar uma vontade de se cuidar... Cuidar-se bem!
E com essa irradiação de bons pensamentos ele tratou de limpar a alma, refazer as forças, regar as flores. Fez a opção por esperar. Esperar a primavera florescer, o verão aquentar. O inverno arrefecer e o outono levar consigo as folhas envelhecidas de uma história que já foi e, por certo, não voltará mais...
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