VIVER VERDADEIRAMENTE.
Viver verdadeiramente é distanciar-se do objeto material.
Ninguém pode ser atingido se a vida é compreendida na sua real extensão. Ninguém, também, sob pena de ficar sepultado o corpo em suas merecidas e justas alegrias, a nós conferidas pelo milagre da criação, deve abrir mão dessas faculdades potenciais, ser feliz, viver a vida, passear, comungar interesses que tragam lazer e harmonia.
Mas não devemos esquecer que viver a vida plenamente é não mais ser alvo da doença, da velhice e da morte. De qual morte? Da morte da matéria. A caminhada derradeira para dissolver-se no sol da eternidade a matéria, é nuvem de realidade de vida, da vida permanente encontrada na morte da matéria, protagonização intransponível para todos.Ela passa, a matéria, transforma-se, o espírito, alma, pensamento, nomine-se com bem entenderem, não passa, forma a nuvem que se eleva para outros páramos, tranquilos e infensos de agressões.
O tempo interminável da eternidade é morada da paz, onde se mesclam tudo e todos na virtude da unidade. Ela, a eternidade, é pouco ou quase nada entendida, inclusive serem a vida e a morte estados de mesma raiz e origem.
Não precisamos de certezas quando tratamos de tempo infinito, onde nada mais há que o próprio tempo, que não escoa nunca, é permanência absoluta, eterna.
O homem necessita de provas que a singeleza da fé pela fé não satisfaz, não tranquiliza, nem traz serenidade para abrir-se a larga porta da compreensão. Nada satisfaz a pacificação de compreender o eterno, nem que o eterno se satisfaz por si só na compreensão da verossilhança de que esse tempo não se exaure. O homem precisa de mais, muito mais, lamenta-se.
Situações vividas, enigmáticas, com mitos ao defrontarem-se com o que até então era intangível, reencarnação, são incompreensíveis. Somos pura incompreensão quando se fala no amanhã, no destino e para onde vamos, mas vamos vivendo na incompreensão das guerras do pensamento com a compreensão.