Amores Juvenis

Nunca pensei que o amor mudaria tanto. Para quem estava acostumado com a velha história de namoros na casa do pai da moça sob os olhares do restante da família dela, esqueçam, hoje isso é mais do que antiquado. Porém não é disso que venho lhes falar, mas sim das crises amorosas dos dias de hoje. Os namoros agora extrapolam limites, vivemos em uma época em que criamos um novo degrau nas relações amorosas, o popular “ficar”, e a partir daí uma nova vertente de edificar casais.

Atualmente desde um riso até a mais grave das discussões pode ser motivo de um desvencilha mento, e é com essa mesma facilidade que os jovens casais reatam e desmancham” seus namoros.

A juventude vive esta relação tapas e beijos, e não sabendo se são crianças ou adultos, antecipam relações pertencentes à fase adulta. Assim como os relacionamentos de um casal.

Esquecemo-nos de aproveitar a liberdade juvenil para já se compromissar a algo, que independente de quanto tempo demore ocorrerá, o amor. Não que este não seja necessário, mas tudo tem sua fase. Preocupamo-nos demais com o futuro e deixamos de lado o presente. Posteriormente ao perceber o erro que cometemos, almejamos voltar, mas já é tarde, edificam-se assim, os Velhos Adolescentes, ou melhor, os meia idade que ainda querem viver a vida desregrada, cheia de regalias que era a adolescência.

Recentemente recebi um e-mail de uma antiga colega da escola. Seu nome era Gabriela. Esta amiga contara-me a história de um antigo colega, Daniel, o qual de um dia para o outro mudou seus comportamentos. De aquele amigo e companheiro passou para chato e compulsivo, parecia que tudo o que ela fazia ele queria realizar também, querendo se mostrar ativo e perspicaz a ela.

Carinhos em demasia era o que não faltavam, atenção nem me fale, de cinco em cinco minutos o telefone celular dela tocava, e não por coincidência, era sempre ele. O que ansiava com aqueles telefonemas baseavam-se desde um lápis que emprestara até a mais boba lição de casa.

“Toda mulher adora carinho, só que em demasia tal ato fica chato, queremos um homem que nos dê carinho, mas na quantidade ideal”- dizia ela

Cheguei à conclusão de que a forma de namorar mudou, mas os protagonistas da história continuam os mesmos. Para quem ainda não notou tais carinhos representam novamente o papel de Romeu exercido pelos homens, uns bobos que não se declaram, e o de Julieta evidenciado a medida que esta se faz de desentendida em relação as graças enviadas pelo cortejador.

Ambos se amavam, mas não se entendiam, queriam demonstrar o seu amor só que sem palavras, apenas em gestos e atitudes. E como para as relações atuais basta-se uma gota d’água para se construir uma imagem aversiva do outro, os atos de atenção em demasia foram à gota que faltava. Já que ao invés dos dois se gostarem se odiavam como cão e gato.

Resolvi o problema deles, mas alertei-os que independente de se amarem ou não, somos jovens. Temos de aproveitar este momento. Atrelar-se a uma pessoa pode ser legal, só que desde que, haja uma relação de cumplicidade de ambos e não aquele costumeiro “mela-mela”.

Se o relacionamento não der certo, bola para frente, a fila anda, não devemos nos prender as pessoas, já que tudo é superficial. Apenas quando o amor eclodir do coração de ambos, baseado na junção de afeto e respeito, é que tal ato pode ser verdadeiramente considerado AMAR.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 18/06/2012
Código do texto: T3731462
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