Se não fosse John Wayne

A história é facciosa; se tomarmos os filmes das matinês antigas, como exemplo, veremos que nunca faltavam balas para o revólver do mocinho, mas também é uma verdade que o índio nunca voltava à sua taba para se reabastecer com flechas. Aí é que mora a desigualdade, balas reservas estão no cinturão, flechas... só na aldeia, mas com não acabavam a munição do mocinho nem do índio, isto se transforma em uma discussão inócua

A nomenclatura que se usa também é parcial: mocinho é o que usa o revólver, e o que sobra para o índio? O selvagem que atacava as diligências.

Uma pergunta que fica no ar: os índios não se beijam? Nunca um filme terminou com um beijo selvagem, fica sempre o privilégio para os caras pálidas; os índios, um dia,ainda terão o seu sindicato.

Cena comum, os índios voltando para resgatar os seus mortos; recebem hora extra por isso? Jamais os brancos recolhem seus parceiros tombados em luta; um ou outro é enterrado, se teve papel fundamental no filme, ou foi amigo particular do mocinho.

Álamo, Rio Vermelho e No tempo das diligências acabaram com os índios da América, que fica no hemisfério Norte; Quem pode citar um índio que tenha sido protagonista de um filme? Hombre e talvez uma outra película da qual não ninguém se lembra o nome, pode ter sido Burt Lancaster o ator; no hemisfério sul já houve caso em que houve uma Ceci para um Peri.

Trens a vapor, diligências, gritos de guerra povoam o imaginário dos meninos de antanho; algumas expressões em inglês os garotos, vivendo mocinhos, ousavam articular, sem nunca ter conhecido o significado (garotos de antanho não aprendiam outro idioma como se aprende hoje), Mas o inconsciente, dos meninos que brincavam, revelava uma verdade amarga: não havia índios nas brincadeiras...como a história é facciosa

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 18/06/2012
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