Marcha das Vadias em Alagoas... Eu Fui!


 
     Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. Comentando os casos, o policial Michael Sanguinetti fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestir como VADIAS, para não serem vítimas. (Adaptado da Wikipédia).No entender de sua mente machista e preconceituosa, as estudantes ao invés de vítimas, eram culpadas por provocarem os ataques com seu jeito de vestir.
    Depois de acontecer em vários países e cidades do Brasil, a Marcha das Vadias reuniu hoje aproximadamente 500 pessoas na orla de Maceió, em protesto contra o preconceito e o falso moralismo, pragas que só constrangem as mulheres.
    Domingo de muito sol e calor e lá estávamos nós marchando pela vida. É pouco? Certamente que não. Marchar pela vida em Alagoas é marchar contra a violência, a impunidade, o machismo e o preconceito que mutila e mata. Marchar pela vida em Alagoas é dizer não ao racismo, ao machismo e a homofobia, como bem gritaram as VADIAS na orla.
    Nos cartazes e nas palavras de ordem das muitas VADIAS de todos os sexos que coloriram a orla com irreverência, criatividade e consciência, a indignação pelo falso moralismo. Algumas delas:
- “Alagoas é o 2º estado que mais mata mulheres no Brasil e é o nome MARCHA DAS VADIAS que te ofende.” 
-“MACHISTA:NÃO CULPE NOSSA ROUPA POR SUA MENTE DOENTIA!”
-“ Eu só quero é ser feliz/ andar tranquilamente com a roupa que escolhi/ e poder me assegurar/ de burca ou de shortinho todos vão me respeitar.”
-“Nem marido, nem partido, nem estado, nem religião: Na minha vida e no meu corpo mando eu!
-"A nossa luta é por respeito; mulher não é só bunda e peito".
-Vadia: se o nome ofende imagine a causa.

 -“ MINHA ROUPA NÃO É UM CONVITE” e tantos cartazes mais diziam que somos donas e senhoras de nossas vidas, de nossos corpos,que não somos mercadoria,que somos vítimas e não culpadas por sermos assediadas, molestadas, violentadas.
     Emocionei-me com a quantidade de homens que acompanharam  a Marcha, entre eles,Vinícius, meu filho e vários dos seus colegas de escola e vida, que pintaram seus corpos, carregaram cartazes, panfletaram, cantaram e gritaram palavras de ordem. Minha esperança é de que essa juventude educada com outra perspectiva de vida dê um novo rumo a história desse país.
    No mais, mesmo cansada, um orgulho danado de ser dona do  meu nariz, da  minha vida, enfim, uma Vadia.




Vinícius segura o cartaz