Pamela

Num dia desses, num desses encontros casuais talvez a gente se encontre. Afinal de contas, moramos na mesma cidade.

Tudo aconteceu enquanto fazia eu as aulas teóricas da auto-escola. Cheguei no primeiro dia com a ideia fixa - maldita sejam as ideias fixas - de não fazer amizade com ninguém, afinal de contas não estava gostando muito da ideia de ser condutor. Entretanto, - acho que não deveria colocar entretanto, pois eu cumpri minha ideia fixa, não fiz amizade com ninguém - mas continuando, me arrependo desse ato.

Bem, começou quando eu esperava por minha vez na fila para colocar a digital. Lá estava eu distraidamente cansado pensando se esse esforço era devidamente necessário. Quando de súbito, chega uma garota numa biz. Ele para, mim olha e pergunta: "Você não veio ontem?" Ai eu respondi - Não- quando deveria ter dito sim, mas vamos deixar a lógica para lá; o importante é que ela intendeu. E o mais importante ainda é que eu gostei dela, sendo mais preciso, do olhar tímido dela.

E passaram-se as aulas e os dias. E eu na mesma, nem ligando para nada nem ninguém. Até o memento em que ela veio sentar na cadeira à frente da minha. Puts, passei a aula toda distraído com o cheiro do seu cabelo. E nesse momento, vou confessar, pensei em desistir de minha ideia; entretanto continuei.

E nos dias que se seguiram, continuou ela a sentar no mesmo local. Tipo para me persuadir a falar com ela, mas o máximo de comunicação que trocamos foram alguns sorrisos. Linguagem não verbal.

Até que no último dia de aula vou decidido a conversar. Infelizmente nesse dia a aula fora curta, só para colocar a digital e ir embora. Enfim, meu plano não deu certo. E parti dá mesma maneira que cheguei, sem desejar boa noite nem dá tchau.

Pelo menos sei o nome dela: Pamela, mel tirado da flor. Quem sabe não voltemos a nos encontra.

jeffeson moura
Enviado por jeffeson moura em 17/06/2012
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