MINHA CASA.

Viiver ensinando, ensinar vivendo. Aprender vivendo. Minha casa, carícias da terra, benção dos céus. Em seu interior o canto da alegria e a virtude do trabalho.

Ao longe e muito próximo, vozes anunciam alvoradas novas que chegam. Saudades invisíveis traçam a renovação, sempre. Nela mora a bondade e os peregrinos confiantes sempre batem às suas portas na coleta da palavra amiga, que luta por ser avisada, limpa e humilde, na força da conquista de saber mais para auxiliar muito. Casa harmoniosa, bem dita por todos como acolhedora e de bons fluidos; sua alegria é panorâmica.

Outras casas serão também acolhedoras, abençoadas, sem portas ou janelas cerradas, onde andeja a juventude. A felicidade não se expande cercada de restrições ou dissabores.

Minha casa, a casa de meus filhos e de minha mulher, companheira de quatro décadas e três anos sorvendo a troca de afinidades sem desrespeitar a individualidade.

Abrigo de nossos filhos.

Filhos; razão de minha vida, fonte única de onde jorra o mel que adoça nossa caminhada, minha e de minha mulher.

Filho, migração do coração para outro corpo, nosso renascimento que sobrevirá, emoção permanente transformadora do agora em alegria, benção futura de viver, porfiar, magia material e espiritual que habita minha casa, aurora das certezas.

Se nada somos, sem filhos seriamos o nada absoluto, casa muda, cinzas do futuro, se morrendo de enfado sem filhos ao lado, se perdendo o presente no futuro inexistente, seria triste minha casa. Não que casas sem filhos sejam tristes, mas a minha, por tê-los, graças ao bom Deus, respira alegria e se alimenta de felicidade permanente.

Um ser sem existir, seria sorte lançada, esquecimento total, um antecedente desconhecido sem filhos, de futuro após conhecido e mágico; meus filhos.

Meus filhos fizeram nascer outros filhos, adotados pelo coração, minha nora, meus genros; o sangue não faz fronteira com o amor no prolongamento da vida, caminho de outras vidas que me chegam com a felicidade nunca sonhada, netos, paraíso na terra.

Minha casa, igualdade do encontro e das permanências da vida, vidas gerando vidas, entrelaçadas na vida, como o pólen das flores amadas no leito dos ventos.

Minha casa, onde a lua cheia borda em sombras o beiral das telhas em seu abençoado chão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/06/2012
Reeditado em 12/06/2014
Código do texto: T3727739
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