BILHETES

Antigamente os bilhetes eram uma forma de comunicação entre os namorados, por exemplo:- "Posso falar com você? Sou seu fã. Sim ou não? Fulano de Tal". Tivemos até um Presidente da República famoso, o Sr. Jânio Quadros, que usava e abusava dos famosos bilhetinhos aos seus ministros e assessores de governo. Até na sua renúncia foi usado um bilhete ao Congresso:- "Ao Congresso Nacional:- nesta data, e por este instrumento, deixando com o Ministro da Justiça as razões do meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República. Brasilia, 25/08/1965. Jânio Quadros".

Como Governador do Estado de São Paulo, também usou bilhetinhos, como por exemplo a um secretário de governo sobre o Juiz de Paz de Abiá, que só fazia seu cartório funcionar uma hora por semana:- "Sr. Secretário:- 1)- Demitir; 2)- o homem não é do trabalho, mas de paz mesmo. - Jânio Quadros". Ou esse outro, enviado ao Prefeito de Itanhaém que lhe presenteou com um filhote de onça, dizendo ser o bicho meigo, mansinho e amigo,"apesar de onça":- "Prefeito, muito grato pelo bicho. Vou estudar os pulos que dá." E assim por diante.

Também gosto de bilhetes, como o deixado por mim hoje cedinho, quando fui levar o meu filho Daniel ao trabalho (ele bateu seu carro):- "Meu amor querido, devo voltar para o nosso café matutino! ... Espere-me. Muitos beijos do seu, Beto" (para a Mari, minha alma gêmea que dormia).

Meus filhos,Cassio, Ana Claudia, Daniel e meus netos também têm essa mania:- Igor, o mais velho (19 anos), Isabela (17), Victor (16) e Guilherme (13), os quais espalhavam bilhetinhos por toda a casa, quando vinham das férias e agora o Tomás (6 anos), como ontem, deixando um bilhete em forma dum coração recortado no papel chamex :- "Vó Mari, eu te amo, um abraço. Tomás para a Vó Mari". Ana Claudia, minha filha (a "Princesa"), deixou-me um bilhetinho em 07/1981 (guardo na carteira até hoje), quando morávamos em Anápolis/GO:- "Te amo muito pai, acredite sempre nisso. Um beijão da Ana "Princesa".

Todavia hoje, com o desenvolvimento tecnológico e essa parafernália de instrumentos (PC, Lap-Top, Nextel, MSN, Celulares, etc), os usuários enviam mensagens curtas e num linguajar esquisito, abreviado, quase só entendido por eles mesmos e que não deixam de ser bilhetinhos.

Mas o bilhete mais original que já vi foi deixado pela namorada de um amigo meu espetado na antena do seu carro, ela que se perdeu dele no "Mineirão" lotado em domingo de clássico e estava sem o seu celular para comunicar-se com o amado:-

"- Fernando, cansei de procurá-lo. Vou embora, tou cansada. Depois a gente se fala, tá? Beijão da Marina".

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B.Hte., 14/06/12

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 15/06/2012
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T3725904
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