o que escrevo
Tudo o que escrevo sou eu, mas não se engane. Escrevo meu eu real. Meu eu sonhado. Meu eu sofrido. Meu eu afortunado em graça. Meu eu escondido em pedras. Ou em flores. Escrevo meu eu passado. Meu eu que vive. Meu eu futuro, que arrisco em sonho e que, talvez, nunca venha a me ser. Por carregar tantos eus é que escorro pelas beiradas. Mas o que escorre é o que passa. O que tenho de mais eu fica encravado no meio. Não sai.