Época de eleição

Época de eleição

Agora é a hora e a vez do tapinha nas costas e das promessas mirabolantes,na qual, até os santos se assustam com o impossível ofertado. Época de ano político! Candidatos sorriem mais que o curinga do Batman e pegam mais em mãos que padre no final de missa; tudo para mostrar uma simpatia comprada no mercado do cinismo.

Crianças são quase amamentadas por esses candidatos e são ninadas por discursos falaciosos e gestos esdrúxulos ensaiados . O engraçado é que a criança se assusta, pois ela consegue enxergar além daquele carinho ofertado e tenta pedir socorro para a mãe, porém, como somos passivos e adestrados, regozijamos-nos com esses afagos de ursos.

A criança chora e os pais são ludibriados por uma amizade fraternal ( Cain e Abel), pois depois de eleitos há um homicídio que será consumado; desviar dinheiro público mata uma cidade e aleija a esperança de tantos. Essa época é de assustar até o diabo, que em seu inferno se esconde para não ser ludibriado com palavras estudadas e gestos calculados. Tudo para a manipulação de uma massa que sonha, mas acorda em pesadelos.

Apertos de mãos e abraços calorosos nos fazem até pensar que estamos em Pasárgada – cidade ideal da poesia de Manuel Bandeira - na qual somos amigos do rei e podemos compartilhar de seu governo. Tola ilusão! Depois de eleitos, os apertos de mão são substituídos pelo dedo (médio) em riste e os abraços são trocados por uma alergia ao povo. Nesta época, muitos acreditam que políticos têm coração e que sentem algo, mas, depois do objetivo alcançado, descobrem que eles têm apenas um bolso que sente alegria quando inflado com o dinheiro público. Calculem a emoção que existe no bolso desses políticos esdrúxulos.

Em época de eleição o tapinha nas costas nos empurra para frente, mas nos causa um calo e nos transforma em quasímodos ignorantes; resultado de um apoio em troca de uma simpatia adquirida pela politicagem que permeia esse ano.

Sorrir não quer dizer simpatia e aperto de mão não significa amizade, melhor seria um sisudo com seriedade em seus objetivos que, um cínico, com um sorriso comprado em um velório.

O sorriso é perigoso!!!!

MÁRIO PATERNOSTRO