Arroz Selvagem
A primeira vez que o cozinhei servi com salmão e disse que era caviar. Houve quem acreditasse. Ficou ruim. Fui cozinhá-lo como um arroz comum, do jeito que faço o branco, deu zebra. Agora aprendi e posso até ensinar. Não que precise, Dona Néti tem mil e umas receitas, todas explicadinhas. Minha receita é absolutamente dispensável, só a repasso atendendo aos pedidos insistentes de meus inúmeros fãs*que citarei nominalmente no rodapé desta página.
O mais interessante é que fazendo uma rápida pesquisa com o Senhor Gugol, que trabalha para a D. Néti, descobri que o arroz preto, ou selvagem é conhecido como o caviar dos grãos. E mais, descobri também que ele não é exatamente um arroz, mas uma gramínea.
Zizania é o nome desse gênero botânico que se subdivide em quatro espécies que vicejam em águas rasas de lagos e brejos. Mas como o arroz verdadeiro também é uma gramínea, embora de outro gênero (Oryza) a dedução óbvia é que sejam pelo menos aparentados.
Três dessas espécies são nativas da América do Norte e uma da Ásia. As duas mais consumidas são da América do Norte e já eram colhidas pelos índios. Eles percorriam as regiões produtoras dois a dois, em canoas e seguindo um ritual, colhiam a planta cuidando para que sementes caíssem no local para garantir colheitas futuras.
No sitio Panelinha, de Rita Lobo, um dos melhores sítios gastronômicos localizado em terras da Dona Néti, fiquei sabendo que o arroz selvagem é um alimento sofisticado. Também pudera, além de ficar parecendo com caviar tem sabor e aroma muito marcantes. Foi do sítio da Rita que eu tentei trazer uma bela foto, mas não consegui.
Bem vamos ao assunto principal, que é a minha receita. Escrevi uma crônica (No que é que você está pensando?) e nela eu disse que iria preparar uma receita esquisita para o almoço do dia seguinte e acho que foi o adjetivo que despertou interesse nos leitores famintos (Ou foi a curiosidade?).
Não foi no almoço de domingo que é o dia que cozinho, foi na quinta feira, feriado sem cozinheira e esperando minha irmã Neuza chegar com o marido. No domingo minha mãe estava separando algumas revistas para descarte e em uma dessas que as Farmácias distribuem achou a tal receita que também achou interessante. Aí ela me mostrou e como tínhamos bacalhau prontinho para o uso durante a semana saí e comprei o tal arroz.
Caro, muito caro. Mais barato, porém do que Dona Néti andou espalhando. Paguei R$12,00 por 500 g do tal arroz.
Bem, depois de tanto encher lingüiça vamos ao fogão.
ARROZ SELVAGEM COM BACALHAU
INGREDIENTES – arroz branco, arroz selvagem, bacalhau, tomates, azeitonas verdes, tempero a gosto, cebolinha verde e muito, muito azeite de boa qualidade.
Por que não coloquei as quantidades? É que para cozinhar temos que levar em consideração a quantidade de pessoas convidadas para a degustação. Mas a proporção deve ser uma medida de arroz selvagem e duas medidas de arroz branco. Pode-se usar sobras de arroz comum (que aqui chamaremos de branco), mas o que eu tinha era insuficiente. Então cozinhei os dois.
Pela primeira vez em minha curta vida de cozinheira pesei a minha medida de arroz: 250 g. Para fazer o arroz preto, segui tudo a risca, tal como me foi ensinado pela revista. O resto já fui fazendo do meu jeito nada científico.
Lavei rapidamente o arroz preto com água. (Existe algum outro elemento que podemos usar para lavar um alimento?). Coloquei-o em uma grande panela de pressão, com dois litros de água já fervendo e sal a gosto. Tampei a panela e quando deu pressão, ou seja, quando começou a sair fumaça e a apitar, baixei o fogo e contei 30 minutos. Foi só aí que fui fazer o arroz branco, enquanto a panela tampada, mas já com o fogo desligado continuou a cozinhar o arroz preto.
O arroz branco deve ser feito como de costume, cada cozinheiro tem as suas manhas. Ou manias.
Estando os dois tipos de arroz preparados, misture-os muito bem em uma travessa. Vale lembrar que a água do preto não seca e é preciso escorrê-lo como se fosse macarrão. A água sai pretinha, pretinha.
Bem, mas não era Arroz Selvagem com Bacalhau? Algum apressadinho pode estar perguntando. Calma que o apressado come cru.
Concomitantemente ao preparo dos arrozes (?), prepare o bacalhau que já deve estar lascado e dessalgado.
Em uma frigideira aqueça o azeite, coloque o bacalhau, tomates sem pele nem sementes, bem picadinhos e refogue por alguns minutos. A receita pedia também, nesse refogado, azeitonas verdes picadas, mas com medo do sal, preferi colocá-las sobre o prato já pronto, depois de ter misturado o refogado a mistura de arroz. Finalizar com cebolinha. E com mais azeite, para que ele se entranhasse bem na mistura.
Pensei que nem eu iria gostar, mas acreditem, ficou muito bom. Receita já recortada da revista e colada no grosso e grande caderno de receitas, encapado com tecido. O nome Receitas vem logo acima de uma bonita pintura. Um vaso azul com flores brancas e amarelas. Embaixo, meu nome completo. Maria Olímpia Alves de Melo. Foi a Eliana de Bourcheville, a minha amiga de mãos de fada, quem fez e me deu de presente.
Receita postada de acordo com pedidos de: Daisy Zamari/Angela Faria de Paula Lima/ Ana Flor do Lácio/Anita D Cambuim/Cavaleiros do Apocalípse.
A primeira vez que o cozinhei servi com salmão e disse que era caviar. Houve quem acreditasse. Ficou ruim. Fui cozinhá-lo como um arroz comum, do jeito que faço o branco, deu zebra. Agora aprendi e posso até ensinar. Não que precise, Dona Néti tem mil e umas receitas, todas explicadinhas. Minha receita é absolutamente dispensável, só a repasso atendendo aos pedidos insistentes de meus inúmeros fãs*que citarei nominalmente no rodapé desta página.
O mais interessante é que fazendo uma rápida pesquisa com o Senhor Gugol, que trabalha para a D. Néti, descobri que o arroz preto, ou selvagem é conhecido como o caviar dos grãos. E mais, descobri também que ele não é exatamente um arroz, mas uma gramínea.
Zizania é o nome desse gênero botânico que se subdivide em quatro espécies que vicejam em águas rasas de lagos e brejos. Mas como o arroz verdadeiro também é uma gramínea, embora de outro gênero (Oryza) a dedução óbvia é que sejam pelo menos aparentados.
Três dessas espécies são nativas da América do Norte e uma da Ásia. As duas mais consumidas são da América do Norte e já eram colhidas pelos índios. Eles percorriam as regiões produtoras dois a dois, em canoas e seguindo um ritual, colhiam a planta cuidando para que sementes caíssem no local para garantir colheitas futuras.
No sitio Panelinha, de Rita Lobo, um dos melhores sítios gastronômicos localizado em terras da Dona Néti, fiquei sabendo que o arroz selvagem é um alimento sofisticado. Também pudera, além de ficar parecendo com caviar tem sabor e aroma muito marcantes. Foi do sítio da Rita que eu tentei trazer uma bela foto, mas não consegui.
Bem vamos ao assunto principal, que é a minha receita. Escrevi uma crônica (No que é que você está pensando?) e nela eu disse que iria preparar uma receita esquisita para o almoço do dia seguinte e acho que foi o adjetivo que despertou interesse nos leitores famintos (Ou foi a curiosidade?).
Não foi no almoço de domingo que é o dia que cozinho, foi na quinta feira, feriado sem cozinheira e esperando minha irmã Neuza chegar com o marido. No domingo minha mãe estava separando algumas revistas para descarte e em uma dessas que as Farmácias distribuem achou a tal receita que também achou interessante. Aí ela me mostrou e como tínhamos bacalhau prontinho para o uso durante a semana saí e comprei o tal arroz.
Caro, muito caro. Mais barato, porém do que Dona Néti andou espalhando. Paguei R$12,00 por 500 g do tal arroz.
Bem, depois de tanto encher lingüiça vamos ao fogão.
ARROZ SELVAGEM COM BACALHAU
INGREDIENTES – arroz branco, arroz selvagem, bacalhau, tomates, azeitonas verdes, tempero a gosto, cebolinha verde e muito, muito azeite de boa qualidade.
Por que não coloquei as quantidades? É que para cozinhar temos que levar em consideração a quantidade de pessoas convidadas para a degustação. Mas a proporção deve ser uma medida de arroz selvagem e duas medidas de arroz branco. Pode-se usar sobras de arroz comum (que aqui chamaremos de branco), mas o que eu tinha era insuficiente. Então cozinhei os dois.
Pela primeira vez em minha curta vida de cozinheira pesei a minha medida de arroz: 250 g. Para fazer o arroz preto, segui tudo a risca, tal como me foi ensinado pela revista. O resto já fui fazendo do meu jeito nada científico.
Lavei rapidamente o arroz preto com água. (Existe algum outro elemento que podemos usar para lavar um alimento?). Coloquei-o em uma grande panela de pressão, com dois litros de água já fervendo e sal a gosto. Tampei a panela e quando deu pressão, ou seja, quando começou a sair fumaça e a apitar, baixei o fogo e contei 30 minutos. Foi só aí que fui fazer o arroz branco, enquanto a panela tampada, mas já com o fogo desligado continuou a cozinhar o arroz preto.
O arroz branco deve ser feito como de costume, cada cozinheiro tem as suas manhas. Ou manias.
Estando os dois tipos de arroz preparados, misture-os muito bem em uma travessa. Vale lembrar que a água do preto não seca e é preciso escorrê-lo como se fosse macarrão. A água sai pretinha, pretinha.
Bem, mas não era Arroz Selvagem com Bacalhau? Algum apressadinho pode estar perguntando. Calma que o apressado come cru.
Concomitantemente ao preparo dos arrozes (?), prepare o bacalhau que já deve estar lascado e dessalgado.
Em uma frigideira aqueça o azeite, coloque o bacalhau, tomates sem pele nem sementes, bem picadinhos e refogue por alguns minutos. A receita pedia também, nesse refogado, azeitonas verdes picadas, mas com medo do sal, preferi colocá-las sobre o prato já pronto, depois de ter misturado o refogado a mistura de arroz. Finalizar com cebolinha. E com mais azeite, para que ele se entranhasse bem na mistura.
Pensei que nem eu iria gostar, mas acreditem, ficou muito bom. Receita já recortada da revista e colada no grosso e grande caderno de receitas, encapado com tecido. O nome Receitas vem logo acima de uma bonita pintura. Um vaso azul com flores brancas e amarelas. Embaixo, meu nome completo. Maria Olímpia Alves de Melo. Foi a Eliana de Bourcheville, a minha amiga de mãos de fada, quem fez e me deu de presente.
Receita postada de acordo com pedidos de: Daisy Zamari/Angela Faria de Paula Lima/ Ana Flor do Lácio/Anita D Cambuim/Cavaleiros do Apocalípse.