FLECHA MORTAL - 59
Não era assim que ele queria,
Ter que lutar pelo que é seu,
Só viver em harmonia,
Agradecendo a seu Deus...
Das plantas retirar suas curas,
Acreditar no Pajé e seus rituais,
Na inocência da criança,
E reencontrar seus ancestrais...
Na mata cerrada e verdejante,
Movimenta-se com agilidade,
Esta é sua avenida, sem asfalto, sem carros, sem crimes,
Sem assaltos e sem maldades...
A criança aprende cedo, que deve obedecer a pai e mãe,
Que a terra é sagrada, que a chuva é irmã,
Que o velho é sábio,
E que o animal, deve ser respeitado...
Quando a flecha corta os ares, as folhas flores e frutos,
Sangram mais que o peito do homem,
Que invadiu o lugar sagrado,
A terra do dono, absoluto...
O velho índio, do alto do morro observa tudo,
Vendo, caído o branco que sangra,
De joelhos se lança, beija a terra... Em luto,
-Matei meu irmão... Também morro... Me perdoa “Tupã”...
Lani