FLECHA MORTAL - 59

Não era assim que ele queria,

Ter que lutar pelo que é seu,

Só viver em harmonia,

Agradecendo a seu Deus...

Das plantas retirar suas curas,

Acreditar no Pajé e seus rituais,

Na inocência da criança,

E reencontrar seus ancestrais...

Na mata cerrada e verdejante,

Movimenta-se com agilidade,

Esta é sua avenida, sem asfalto, sem carros, sem crimes,

Sem assaltos e sem maldades...

A criança aprende cedo, que deve obedecer a pai e mãe,

Que a terra é sagrada, que a chuva é irmã,

Que o velho é sábio,

E que o animal, deve ser respeitado...

Quando a flecha corta os ares, as folhas flores e frutos,

Sangram mais que o peito do homem,

Que invadiu o lugar sagrado,

A terra do dono, absoluto...

O velho índio, do alto do morro observa tudo,

Vendo, caído o branco que sangra,

De joelhos se lança, beija a terra... Em luto,

-Matei meu irmão... Também morro... Me perdoa “Tupã”...

Lani

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 11/06/2012
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