SOFRIMENTO.
O tempo daria (condicional) a margem segura da experiência de vida. É o que se espera de todos. Mas o tempo não funciona de forma igual para todas as pessoas. Uns conquistam planos de segurança da personalidade, se fortalecem, outros perdem-se na estrada da existência, ficam mais expostos às suas fraquezas, aprofundam seus limites ao invés de absorvê-los e administrá-los.
É difícil viver e assumir nossos caminhos. Ninguém quer perder. Todos querem alçar um voo maior do que as asas oferecem, e sofrem, e o sofrimento é permanente. É duro assimilar até onde podemos ir, sem violentar o que a natureza ofertou para desenvolvermos nosso eu, sem feridas, dentro de nossas balizas existenciais.
Precisamos conhecer a nós mesmos, nosso eu desnudo, do qual não é possível nos escondermos. Nenhum tipo de aprisionamento do espírito exercermos, nada somar, principalmente o que não existe, o que ocorrendo, faz nosso ser ficar pequenino diante de nossas realidades.
Elas nos dão alegrias ou depressão, esta precedida de angústia e ansiedade. Esse amplo abraço espiritual que nos devemos, chegado pela inteligência da legítima liberdade de nos compreendermos, de pensar e agir a nós concedida, trará a alegria plena de viver o que somos, sem a presença forte das cadeias que impossibilitam a grandeza de nossa caminhada, que é só nossa.
Tudo o que não somos e a vontade ficta devem ser repelidas, teatro imaginoso e imaginário, escorregadio em terreno desconhecido do que somos, assim chegando ao pântano da desordem espiritual, nos levando ao caos como ser existencial.
Colocar freios na vontade, que se expande em ficção, e teimamos em não enxergar, pretendendo ser mais do que somos, é necessário para ordenar nosso ser. Na curta passagem que é um sopro, nossa vida planetária, devemos fazer valer nossos sonhos e nossa liberdade em sintonia com nossas realidades. Realizar tudo que se coaduna com o que somos e aspiramos é missão que não deve ficar vazia, sem o que comprometemos nosso eu na formalização do sentido traçado para o que viemos em nossa brevíssima passagem.
Sem esse estado comungando com a realidade, nada mais somos que lamentações e sofrimentos.