Minhas Produções
Nas horas tediosas de minha juventude o papel e a caneta são meus fiéis companheiros. Palavras que consolam, confortam, guiam-me para uma nova dimensão, sugerem-me uma fuga inesperada para outro espaço psicológico, como um instante de alívio para uma emoção fatigada com a frieza da objetividade racional cotidiana, que me faz ser sempre tão fria, clara, sistemática e calculista, e deixa-me às cegas para notar o paroxismo da beleza característica das coisas simples da vida.
A singularidade da complexidade do psicológico humano para composição em momentos de hipersensibilidade gera um translado para atmosferas desconhecidas, garantindo ao leigo de sabedoria: estupefação, conclusões precipitadas, falsificação ideológica, ou, quem sabe, para os mais espertos, um verdadeiro exílio psicológico, um translado para um universo virtual.
A gravidade dos mistérios do submundo sobrenatural das palavras supera nossa capacidade humana de dar o veredicto em certas discussões. E quer você queira ou não, as palavras têm poder! Como diz uma erudita: “Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia à vossa porta; O mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; Sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota...”(Cecília Meireles).