CRÍTICA. QUEM PODE FAZER?

“Essa tão malsinada “crítica de botequim”, das ruas e das tavernas, de amigos ou desafetos. É afinal a mais sólida e verdadeira, a única que o ferro boto da erudição não pode quebrantar”. VERDADE MÁXIMA DO MÁXIMO CRÍTICO JOÃO RIBEIRO, em “ Páginas de estética”.

O vigor da criação, aço temperado da vocação, não se perde nas esquinas da insensatez nem cede ao improprio caminho do desconhecimento, nasce do dom que a experiência não supre. Ninguém inicia passos na crítica sem o mínimo saber enciclopédico, em círculos, onde de forma concêntrica nos chegam as variadas possibilidades da afirmação da certeza no mundo das incertezas. O currículo vazio de aparelhamento morre no nascedouro.

Ninguém deve repudiar o simplório gerador do caráter da nação e das épocas que ela atravessa, sob pena de perder-se o registro histórico das gentes. Quem assim se posiciona é mais que néscio, é idólotra da apequenada estatura humana, incapaz de ver o máximo por não conhecer o mínimo. E o pior, muitos assim se conduzem em tom professoral, com galas e pompas. Será que conhecem um pouco nosso idioma?

Será que ouviram falar da “paidéia” grega, ao menos, e suas possibilidades de trazer o “novo”, mesmo entre os mais despreparados e simplórios.

Quem acreditava nos “meninos” bilionários que mudaram a informática e a tecnologia da informação, nos fundos de garagens? Somente para paragonar e fazer isonomia concorrente e aparente.

Nunca é demais pensar, se é que seja possível, antes de fazer crítica sem saber o que seja crítica.Faz bem tentar aprender, mesmo auxiliado..

“o que caracteriza a revolução intelectual do nosso tempo é a preeminência que se concede às forças mínimas e infinitesimais, PORÉM PRODIGIOSAS EM NÚMERO, que realizam o Universo”. Caixas altas minhas. João Ribeiro. “Páginas de Estética.”

Prodigiosas em número...Será que as cabeças ocas e vazias não conseguem articular a rede de neurônios para entender o mínimo “minimorum..”

Quando puderem algum dia, se puderem, exerçam o processo crítico, ciência para poucos...e deixem o caráter popular fazer a história...pede-se à insciência.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/06/2012
Reeditado em 09/06/2012
Código do texto: T3714422
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