REFLEXÃO

Olá, amigos. Há dois anos exatos - no dia de Corpus Christi de 2010, tive um infarto agudo do miocárdio enquanto dirigia sozinho meu carro em direção à Baixada Santista, onde pretendia almoçar, num dia ensolarado e muito bonito. Mas Não vou enfastiá-los com a descrição da sequencia de "milagres" que aconteceram e que me permitiram estar aqui, hoje, lhes enviando esta mensagem. O que gostaria de lhes contar é o que aprendi com minha experiência de quase-morte.

Era um dia belíssimo, ensolarado. E neste dia, às 10:30 da manhã, entre dores terríveis, e vendo a luta insana dos médicos que tentavam me salvar a vida, aprendi que não temos o tempo que julgávamos ter! Aprendi que o próximo instante pode simplesmente não existir. Aprendi que temos que desengavetar planos adiados, abrir porões, e FAZER.

Lembrei dos meus filhos que não havia visto a semana inteira, achando que no dia seguinte - um domingo - eu os veria. Lembrei
de alguns amigos - raríssimos - e de que não falava com eles há muito. E não senti medo ou terror. O que senti naqueles minutos críticos foi tristeza. Uma profunda tristeza, por tudo o que não fiz, porque achei que teria tempo para fazer, algum dia. Minhas grandes preocupações e meus complicados problemas de repente ficaram ridículos. Eu estava indo! Meu Deus! Deixando este mundo sem ter feito quase nada do que me propuz fazer! Passei a vida planejando!

Hoje entendo perfeitamente o que disse John Lennon: "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos". Apesar do empenho dos médicos, eu ainda podia ver em seus semblantes uma quase resignação por estarem fazendo o que podiam. Mas apesar da gravidade da situação refletida em seus olhos, eles não desistiam.

Eu sempre soube que não se deve desistir - sempre repeti isto em minhas palestras, mas só pude compreender o que isto significa, quando os vi não aceitarem a derrota e lutarem até o fim para salvar a vida de um homem que eles jamais haviam visto. Era uma médica, na verdade. Uma senhora de uns 50 anos mais ou menos. E minha tristeza pelas coisas simples que eu não prestei atenção, pelas complicações que eu inventava, foi aos poucos se transformando em uma idéia clara de que a efemeridade da vida jamais me fora colocada assim, com um tapa na cara, com a perspectiva do fim de tudo!

À medida que os médicos iam vencendo a batalha, foi tomando forma em minha mente a promessa de que jamais - jamais! eu viveria como antes.
Não complicar coisas simples, afastar-me de quem me desequilibra, e, acima de tudo, jamais adiar! E foi graças a esta promessa feita a mim mesmo em meio à dor intensa e ao fio de vida que me prendia a este mundo que nasceu meu tão sonhado site de literatura - há dez anos planejado e só vindo à luz meses depois deste acidente. Foi assim também com meu livro Não Haverá Amanhã e muitos outros assuntos que me atrapalhavam a vida.

Aparentemente nada mudou em mim. Mas, essencialmente, jamais serei o mesmo. Ninguém que tenha passado por algo semelhante será jamais o mesmo. Eis porque estou orgulhoso de mim mesmo por estar cumprindo minha promessa.

E hoje meus amigos lhe apresento outro projeto de décadas, que finalmente veio à luz. Finalmente ele se torna realidade, depois de meses de trabalho intenso. Não sei se gostarão. É um projeto ousado e diferente. Mas o simples fato de ele existir me alegra, por saber que estou cumprindo a promessa que fiz a mim mesmo no pior e ao mesmo tempo melhor momento que já vivi.  

Cliquem AQUI para saber do que falo.  

 
Felicidade a Todos neste dia de reflexão.
JB Xavier

 
JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 08/06/2012
Reeditado em 11/06/2012
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