As veias abertas...
O sol nasce fulgurante.
Respinga seus raios coloridos na floresta.
È uma cobiça, uma corrida de homens insensatos.
Ignoram a fauna, a flora, enfim o mundo natural.
Numa luta desigual vão esfacelando o ecossistema, provocando uma catástrofe: o desequilíbrio ecológico.
Moto serra cortante, como gangorras gigantes ferem madeixas de galhos floridos, que perfumam mãos despudoradas.
Toras deitadas à beira da estrada esperam pelo transporte.
Uma Bandeira Nacional esfarrapada voa agarrada na traseira de um caminhão.
Que ironia! Que exemplo de cidadania!
A seiva escorre das veias abertas das árvores, que antes transcendiam beleza agora, agonizam e morrem impiedosamente...
Com a alma dilacerada, a madeira órfã, como seixo vagueia sem destino pelas estradas poeirentas.
A floresta cheia de magia, quase poesia se transforma num esqueleto, farrapo aterrador.
Tudo era arco-íris, antes de ser despojada do seu tesouro.
Dias passam, tudo vai se metamorfoseando num deserto, longe de ser um oásis.
O mundo silencia! È a morte da biodiversidade...
Texto republicado
Magda Crovador