As veias abertas...

O sol nasce fulgurante.

Respinga seus raios coloridos na floresta.

È uma cobiça, uma corrida de homens insensatos.

Ignoram a fauna, a flora, enfim o mundo natural.

Numa luta desigual vão esfacelando o ecossistema, provocando uma catástrofe: o desequilíbrio ecológico.

Moto serra cortante, como gangorras gigantes ferem madeixas de galhos floridos, que perfumam mãos despudoradas.

Toras deitadas à beira da estrada esperam pelo transporte.

Uma Bandeira Nacional esfarrapada voa agarrada na traseira de um caminhão.

Que ironia! Que exemplo de cidadania!

A seiva escorre das veias abertas das árvores, que antes transcendiam beleza agora, agonizam e morrem impiedosamente...

Com a alma dilacerada, a madeira órfã, como seixo vagueia sem destino pelas estradas poeirentas.

A floresta cheia de magia, quase poesia se transforma num esqueleto, farrapo aterrador.

Tudo era arco-íris, antes de ser despojada do seu tesouro.

Dias passam, tudo vai se metamorfoseando num deserto, longe de ser um oásis.

O mundo silencia! È a morte da biodiversidade...

Texto republicado

Magda Crovador

magda crovador
Enviado por magda crovador em 07/06/2012
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