MESTRES HERÓIS
Enfileirados juntamente com todos os que almejam mudar o mundo, seguem solitários na marcha dolorosa que a vida os impõe. Em suas mãos esquerdas levam a Pedagogia da Esperança e, em suas mãos direitas o Manifesto.
Corações encarnados de uma utopia idealista que os impulsiona a prosseguir. Olhar para trás se torna, a cada esquina dobrada, uma tentação irresistível; mas resistem, persistem, pois em cada esquina vencida há um menino ou menina de mão estendida, de olhar esperançoso, com sede do amanhã, com fome do hoje.
Assim, enfrentam corajosamente a labuta cotidiana, encorajados por Darçy, Piaget, Vygotsky e tantos outros. Suas recompensas não vem, de forma alguma, na realidade de pomposos ordenados, de uma vida regada a bons vinhos ou no luxo das despreocupações diárias. Antes, sentem-se recompensados pelo bom resultado de um trabalho realizado, ainda que apenas um dos alvos tenha sido atingido; já valeu a pena!
As casas que abrigam seus sonhos estão, em muitas ocasiões, necessitadas de uma nova estrutura, uma boa pintura, um bom telhado. Em diversas situações encontram-se como a casa “feita com muito esmero, na Rua dos Bobos, número zero”. Ainda assim, sustentam de pé seus ideais, mesmo quando seus corpos clamam pelo repouso.
São distribuidores de incentivo, de “parabéns”, “estrelinhas”, “muito bom”, “continue assim”. E encontram no sorriso do pequeno ser o combustível para o outro dia.
Lutam, incansavelmente, por ver a mudança acontecer fora das propagandas institucionais, alcançando a realidade das ruas, das casas, das comunidades, das cidades, do país. Concorrem para que o futuro glorioso projetado pelos governos seja abreviado e aproximado daqueles que serão esse futuro. Sim, pois quem faz o futuro somos nós, no presente.