A GRANDE CHANCE
Meia noite.
O homem achava-se numa encruzilhada.
De repente, uma voz de baixo-profundo:
- Peça, e lhe será concedido!
O homem reviu sua vida em um minuto...
pensou, remoeu, relembrou que só tivera fracassos, nunca conseguira um trabalho decente,uma casa, um carro, nada!
Jamais conseguira, sequer, uma mulher honesta; a única que teve sem ser a soldo, fugiu com um jogador de cartas.
Ah! O homem vislumbrou um mundo novo! Mulheres, carros, casas, amigos,navios,cachorros, enfim, tudo!
Era só pedir!!! E sua alma?! de que valia? Mesquinha,vil,medrosa... que importava!...
- Não!!! Não!!!
– Gritou o homem a plenos pulmões; apavorado, cadavérico,arrepiado!
Abriu os olhos; achava-se em sua própria cama, suando em bicas, com os dentes batendo feito matraca.
Olhou para os lados e, trêmulo, benzeu-se três vezes, renegando. Continuou sua vida medíocre até a morte.