A GRANDE CHANCE

Meia noite.

O homem achava-se numa encruzilhada.

De repente, uma voz de baixo-profundo:

- Peça, e lhe será concedido!

O homem reviu sua vida em um minuto...

pensou, remoeu, relembrou que só tivera fracassos, nunca conseguira um trabalho decente,uma casa, um carro, nada!

Jamais conseguira, sequer, uma mulher honesta; a única que teve sem ser a soldo, fugiu com um jogador de cartas.

Ah! O homem vislumbrou um mundo novo! Mulheres, carros, casas, amigos,navios,cachorros, enfim, tudo!

Era só pedir!!! E sua alma?! de que valia? Mesquinha,vil,medrosa... que importava!...

- Não!!! Não!!!

– Gritou o homem a plenos pulmões; apavorado, cadavérico,arrepiado!

Abriu os olhos; achava-se em sua própria cama, suando em bicas, com os dentes batendo feito matraca.

Olhou para os lados e, trêmulo, benzeu-se três vezes, renegando. Continuou sua vida medíocre até a morte.

POETADADOR
Enviado por POETADADOR em 06/02/2007
Reeditado em 24/10/2018
Código do texto: T371047
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