Escritora amadora em uma feira de livro
Então eu dei uma passada pela feira do livro - acho
que é a pior edição desde que começou. Nenhuma
novidade interessante (na verdade pareciam os mesmo
livros dos anos anteriores), muitos livros
best-sellers americanos de auto ajuda, muita porcaria.
E cada vez menos livros baratos. Pelo menos não tinha
o cheiro de esgoto, tava com cheiro de bala da
vendinha que tem bem no meio da feira (este ano é de
doces portugueses, não de mineiros), e não tem mais
a Chuvisco, que pode ser interpretado como uma atitude
menos "elitista"...Mas também o buteco que colocaram no
lugar...
Achei interessante a floricultura. Se alguém quiser me
dar um bom presente combinado, me dê um vaso de cacto
e um livro da Clarice. (Já viram alguma entrevista
dela? Ela me lembra um cacto). Ou talvez um poema do
Neruda e alguns trigos. Quem sabe Fernando Pessoa e
uma orquídea, ou Machado de Assis e uma rosa. Acho
interessante essas analogias entre flores e
litreratura. Não é o português "a última flor do
lácio"? Creio ser esta a frase.
Mas que flor murcha a da literatura nessa última feira
do livro de rua.
A única coisa boa disso é que não fiquei morrendo de
vontade de comprar várias coisas e desesperada porque
não teria o dinheiro suficiente. Comprei um livro de
um tal russo por dois reais.Parece bom.
P.S: Escrito em 2003, acho. O "tal russo" era o Gorki. Realmente bom ;)