Vida Humana? É isso mesmo?

O que houve com as pessoas normais, o que foi feito da dignidade, do caráter, do respeito pela pessoa humana? Às vezes perco o entendimento do que, realmente, venha a ser “normal”. Me sinto, irremediavelmente, numa arena romana, entre gladiadores sanguinários e feras famintas, prestes a arrancar a minha cabeça com um único movimento. Não preciso que ninguém fracasse, para que eu seja bem-sucedido, nem desejo subir nos ombros alheios para poder colocar a cabeça na superfície e respirar... Avidamente respirar. Eu não sou assim e ponto!

Quanto de mim já se perdeu nesse mundo cronometrado e míope, de avanços tecnológicos famintos que (como presas fáceis que somos) nos tornam completamente dependentes de seus “up grades”, de seus softwares, chips de memórias, celulares pensantes, que já trazem as inseparáveis câmeras digitais nossa de cada dia.

Enquanto a ciência humana caminha na velocidade da luz, vou empurrando o meu precioso tempo, a minha inestimável vida, entre compartilhar e curtir, entre “fakes” reais e pessoas holográficas que existem independentes da realidade que diz respeito ao mundo real, sem qualquer objetivo, baseando suas vivências nos “perfis” inconsistentes e inconsequentes, gratuitamente, ofertados nas redes sociais que hoje governam o mundo.

Uma legião de milhões e milhões de pessoas que baseiam suas experiências conflituosas e contraditórias em “posts” (mensagens) vomitadas aos borbotões, e não nos sentimentos legítimos que são, comumente, testados pela razão e emoção.

Erminio Rezende
Enviado por Erminio Rezende em 06/06/2012
Reeditado em 10/06/2012
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