Assassinato

Cheguei sorrateiramente. Enquanto a observava, traçava em mente os movimentos certeiros para não correr o riso de dar chance para revide. Era certo. Deveria ser executado rapidamente, sem hesitação. Um golpe e adeus. Um golpe e toda a sua história se apagaria. Um golpe e suas filhas ficariam órfãs. Um único golpe.

Eu a observava. Ela mal sabia que estava executando seus últimos movimentos. Em algum momento cheguei a ter pena. Meu lado humano tentou me impedir, mas o desejo de vingança era maior. E mais forte. Não sei se ela percebeu minha presença, pois agia como se nada estivesse acontecendo ao seu redor. E, de certa forma, não estava acontecendo nada mesmo. Acontecia apenas em minha cabeça, em minha mente, os planos meticulosos de como acabar com aquela vida miserável de uma vez por todas. Ela não tinha ideia do que a esperava.

Cri que a hora era aquela. Meu corpo não tremia, minha mente em nada pensava. Olhar fixo naquela que tanto me fez sofrer e estava ali, parada na minha frente, aguardando o seu fim, que viria por meio de minhas mãos, que suavam. Êxtase. Frenesi. Alívio. Vingança. Ah, o doce sabor da vingança. Seu fim está próximo, maldita! E suas filhas serão as próximas. Não permitirei que nenhum descendente seu permaneça vivo.

Então, num rápido movimento, acabei com a vida dela. Certamente ela não sentiu dor alguma. Tomei todo o cuidado para ser objetivo e não fazer com que nenhum resquício de vida restasse naquele corpo desde o primeiro momento em que a atingi. Rápido e indolor. Mas merecia ter sofrido. Em suma, acabei tendo um pouquinho de compaixão e finalizando-a de modo rápido.

Pronto. Está feito. Agora vou atrás de suas crias. Descanse em paz, aranha maldita.

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 05/06/2012
Reeditado em 06/06/2012
Código do texto: T3708027
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