IRMÃS GÊMEAS

 Noutro dia, estava aqui, pensando sobre a necessidade que todos temos de nos iludir - eu me iludo, tu te iludes, nós nos iludimos, deve ser o verbo mais conjugado pela maioria dos viventes. Talvez seja uma forma de sobrevivência, ou então um tipo de programação neurolinguística visando alcançar nossos objetivos... quem sabe o universo conspire a nosso favor... 
   Iludimo-nos quando acreditamos em alguém que diz - mas você está ótimo, o tempo não passou para você!
 Nossa esperança de estar mesmo, leva-nos a acreditar, apesar da opinião contrária do nosso espelho. Iludimo-nos quando "ele" ou "ela" diz que nos ama, apesar das poucas demonstrações de afeto verdadeiro - se o amor é palpável - ou apesar da distância (fator complicador e, na maioria das vezes impossibilitante) se é namoro virtual. Nossa carência afetiva faz-nos ficar apegados a qualquer possibilidade de amor.
   Poderia enumerar mil outras coisas mais que me ocorreram na hora, mas todas me levariam à mesma conclusão: a ilusão é irmã gêmea da esperança.    

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RJ, 04/06/12
 
( não aceito duetos, por favor)