CONSCIÊNCIA. O BEM E O MAL.
Purifique a mente de tudo que seja negativo, para que sua consciência se volte para o bem. Surpreendentes consciências, que não se escondem, desfilam o que seriam seus valores.
Consciência situa a divisão antológica da humanidade, o bem e o mal. Este último assume normalidade em fundamento próprio patinando nos desvios das consciências negativas. É estatuto pessoal negativo...
Não há normalidade no que enfrenta o bem. Por quê? O bem está definido nas normas para ser respeitado. Tudo que não presta está codificado como proibido, assinale-se, desde Hamurabi, primeiro Código Formal. Mas há considerações subjetivas estranhas.
Alguns acham conviverem no homem o bem e o mal. É o discurso sobre o convívio impossível. Opostos se excluem, a vontade os separa e comanda a opção.
Culturas exóticas como variante da religião muçulmana, o sufismo, entendem que o homem tem o bem e o mal dentro de si, e convivem em equilíbrio. Absurdo....
Equívoco de interpretação conceitual. O equilíbrio só é viável pela prática do bem. Toda a cultura codificada pela humanidade se orienta para esse fim. A vontade de praticar o bem ou o mal, é puro arbítrio, e de forma alguma define equilíbrio essa irrealizável convivência inexistente.
Havendo desequilibrio nas relações humanas, ou seja, no mal praticado, gerando conflito, interfere o Estado através da justiça para reequilibrar a relação.
O bem e o mal ocorrem por vontade eletiva; inquestionável!
Se há frustração na escolha do bem a alternativa é dirigir-se ao caminho do mal. A mudança de postura em se conduzir, não admite dizer que o bem convive com o mal gerando equilíbrio, dá-se justamente o contrário, demonstra que um exclui o outro por pura vontade do agente.
“Se o mal não fosse bem o mal desapareceria”, colocava Nietzsche.
É um discurso da realidade visível; não foi ainda adotada e desenvolvida outra integralmente, a do exercício do bem absoluto.
Nietzsche é incisivo e realista de forma fundamentalista com o que ocorre, mas peca na visão.
Isto não retira a excludência de bem e mal. Serão sempre antagônicos, antônimos um do outro. O fato de poderem existir em um mesmo plano (vontade humana) não os torna coincidentes, nem passíveis de serem colocados sob um mesmo conceito por emanarem da vontade, ou seja, de uma mesma fonte.
O bem e a moral que dele decorre, foram definidos como negativos pelo filósofo, nesse leito contrário à normalidade. Levam à negação da vida e da tranquila harmonia clara como o sol.
Avaliadas as sociedades por padrões de conduta praticados, veremos as que mais absorveram as normas em prol do bem ditado em suas regras (legislações), resultarem melhores em todos os sentidos em oposição as que assim não procederam.
O homem inaugurou o caminho que embaraça a humanidade até hoje, o mal é objeto de escolha. Também....
"Por que você se assusta (diz o filósofo)? O que acontece para a árvore, acontece também para o homem. Quanto mais deseja elevar-se para as alturas e para a luz, mais vigorosamente enterra suas raízes para baixo, para o horrendo e profundo: para o mal." - Nietzsche
Estamos diante da didática do erro. A árvore que ganha altura precisa de maior base, mais se enraiza, isto não se assemelha a ir ao encontro do mal, mas ao encontro de se fortalecer para mais crescer. Da mesma forma que o homem que busca alturas espirituais se introverte e se aproxima mais do silêncio, de seu interior, de suas raízes, de seu Deus; e o faz para crescer espiritualmente. Incrivelmente falsa a proposição do filósofo.