TAMBÉM É CULTURA!

TAMBÉM É CULTURA!

Numa entrevista que fiz, no “Programa do Joaquim” do jornalista Joaquim Alessi, na TV Mais, aqui de Santo André, ele abriu o mesmo citando Mário de Andrade, que numa poesia lamenta não saber de quem se tratava Lopes Chaves, nome da rua em que morava.

O jornalista Alessi assim procedeu em vista de que algumas ruas centrais de Santo André, tinham seus nomes ligados a membros de minha família. A Rua Gertrudes de Lima, por exemplo, se trata de minha bisavó, mãe de meu avô paterno Antonio Joaquim. Outra é a Rua Coronel Oliveira Lima, a principal via comercial de Santo André, meu antepassado mais distante.

Vejam que chique! Estabeleceu um paradoxo entre Mário de Andrade, figura central do Movimento Modernista Brasileiro, e minha pessoa, um idoso engatinhando nas letras como pretenso escritor.

Sinto-me, imensamente, honrado!

Pois bem, comentando com minha esposa Iara a esse respeito, ela que é considerada mestre de Português, professora de redação para vestibulando, e que para tanto necessita de estar sempre bem atualizada, o tema se expandiu. De ótima memória, o que é necessário, também, para seu trabalho, lembrou-se de haver lido algo relativo a nomes de rua. O texto que lhe veio na cabeça, narrava o fato de um determinado servidor público, provavelmente municipal, que tinha como tarefa limpar placas com nomes de ruas. Munido de escada e panos com produtos de limpeza, praticava sua missão de via em via. Em um determinado tempo, já cansado desse trabalho até certo ponto estafante, somado à monotonia do mesmo, resolveu quebrar essa rotina.

O que ele fez? Começou a pesquisar os nomes das ruas cujas placas ele limpava! Assim, com o tempo, possuía um bom acervo de dados biográficos dos personagens cujos nomes constavam nas placas de ruas, bem como de outros dados, como de cidades, países, acidentes geográficos, da fauna, da flora. Enfim, de tudo que fosse motivo para dar nome às vias públicas. Formou uma espécie de enciclopédia particular.

Está aí, então, um exemplo de que não importa qual seja a atividade exercida pelo cidadão, da mais simples até a mais complicada, sempre há a possibilidade de se obter lições que ultrapassam os limites da visão de um mero espectador.

Basta que o executor use seu poder de iniciativa, e, principalmente, exerça o seu dom de criatividade!

Um belo exemplo!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 05/06/2012
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