A dança dos coletivos
Como diz meu velho: “Tudo tem o seu lado positivo e negativo”. Coisa é quando o objeto em estudo tem mais pontos negativos do que positivo. É o caso dos coletivos, e os de Aracaju...
A primeira vez que vi um coletivo aracajuano (é assim que fala?) em seu estado natural estava em uma pizzaria. Completava uma semana em solo sergipano e quase engasgo com a azeitona ao ver a cena. O ônibus estava hiper-mega-super lotado, tinha gente até com a cabeça de fora para respirar.
Como sou obrigado a usá-lo (obrigado mesmo!) resolvi buscar o tal lado positivo. E não é que achei!
É possível dançar todos os rítimos de músicas ao ser transportado pela viação Horror.
Não posso deixar de informar os pop-star das pistas, as estrelas do asfalto ou do chão mesmo, sem sombra de dúvidas esses são os motoristas da linha Augusto Franco / Buggio. Eles arrepiam (ao pé da letra).
Aos que gostam do “dance”, os shows só acontecem quando a pista está limpa, pista limpa é quando não tem por perto nem quebra-molas nem pontos de paradas. O motorista pisa fundo e o coração dá o compasso da música. TUM, TUM, TUM, TUM.
Aos que gostam do Axé-music, vão curtir quando o coletivo fizer a curva. A rotatória que dá acesso ao terminal do DIA é o principal ponto dessa modalidade musical. Indo do Centro da cidade a primeira curva é à direita, ouça no seu consciente alguém berrar: “Levanta a mão pra esquerda!”, para equilibrar, sabe como é né? Logo em seguida tem a curva à esquerda e ouça de novo: “levanta a mão pra direita”. Em seguida, para finalizar o show, outra curva à direita, ouça mais uma vez: “com as mãos lá em cima, bata com as palmas da mão!”. E é justo, fazer aquelas curvas com aquela velocidade e não virar.
O ponto de encontro dos roqueiros é o quebra-molas. Não precisa nem o cantor gritar: “tira o pé do chão!”. É automático.
Como os coletivos aqui já usam som “ambiente”, é bom informar aos Dj – ou maestros para os mais conservadores -, não trocarem os rítimos na hora do show!