Cemitério de Palavras Mortas

Quantas palavras morrem enquanto se engole seco por cinco segundos? E quantas delas um nó na garganta é capaz de matar? Porquê quando a gente mais precisa delas elas morrem antes que a boca pronuncie. E mortas transformam-se em fios de cobre que amarram corações ao meio.

Posso encontrar tantas palavras em seu silêncio, quanto vazio em algumas que venho repetindo. E se uma palavra morre sempre que o momento passa e a gente não a diz, dentro de mim fez-se cemitério.

As minhas palavras estão mortas. E talvez esse não seja o único crime que cometo contra mim. Pois ao matá-las, mato também a nobreza do sentimento que as provoca. Mas se eu não consigo mais falar qualquer coisa que não envolva seu sorriso, também não quero que saiba a falta que sinto dele.

No momento estou pensando em conflitos alheios só pra que os meus pareçam bobos. Mas você consegue ser o meu grito e meu silencio. O meu conflito e meu acordo de paz. O que falo e o que calo.

Às vezes você ressuscita as palavras mim, mas nessa hora o coração pede aos olhos que fale por ele. E você, nem de óculos consegue entender.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 03/06/2012
Reeditado em 03/06/2012
Código do texto: T3704195
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