A História de Nossas Vidas...
Eu estou dormindo um sonho do qual não consigo despertar.
Vejo o mundo derretendo, com o suor da calota polar. Passo por chaminés que me acusam, disputando-me o oxigênio, em troca de alguns milhares de empregos. Testemunho os satélites registrando a diminuição do verde sobre a terra, ocupada por pastos, lavouras e concreto armado.
Eu estou em um mundo errado.
O trânsito dos veículos não me deixa pensar. Preciso correr, acelerar e chegar na hora, para sentar em uma mesa e preencher relatórios que não são lidos, apenas catalogados, para aumentar o volume de coisas que outros também fizeram e que ninguém leu, nem nunca lerá. Saio do trabalho com a mesma pressa, perdendo horas no engarrafamento, para encontrar em estado de “stress” a mulher e os filhos, cobrando providências múltiplas sobre o que devo ou não fazer.
Não me lembro de ter parado e visto se o dia estava ou não bonito. Será que havia sol, ou o céu estava encoberto, novamente, pela poeira das indústrias? Quando dou por mim, já estou velho e quebrado. Caminho em uma bengala, por um jardim de plástico, construído em um asilo.
Aos domingos, meu filho vem me visitar junto ao meu neto. Fala da sua correria, dos dias que passam voando, da falta de tempo para fazer o que quer e gosta. Vão embora e me deixam sozinho. Aproximo-me da janela e olho para o céu, o sol insiste em brilhar, algumas nuvens brancas deslizam sobre o tapete azul. Sei que me falta pouco tempo, mas o tempo que resta vou-me dedicar a fazer o que gosto, dentro dos limites do meu corpo e da minha mente, desejando que, no futuro, os homens vivam mais e corram menos, visto que o tempo se escorre na ampulheta e a vida, na outra vida, se aproxima a cada grão de areia que cai...
Eu estou dormindo um sonho do qual não consigo despertar.
Vejo o mundo derretendo, com o suor da calota polar. Passo por chaminés que me acusam, disputando-me o oxigênio, em troca de alguns milhares de empregos. Testemunho os satélites registrando a diminuição do verde sobre a terra, ocupada por pastos, lavouras e concreto armado.
Eu estou em um mundo errado.
O trânsito dos veículos não me deixa pensar. Preciso correr, acelerar e chegar na hora, para sentar em uma mesa e preencher relatórios que não são lidos, apenas catalogados, para aumentar o volume de coisas que outros também fizeram e que ninguém leu, nem nunca lerá. Saio do trabalho com a mesma pressa, perdendo horas no engarrafamento, para encontrar em estado de “stress” a mulher e os filhos, cobrando providências múltiplas sobre o que devo ou não fazer.
Não me lembro de ter parado e visto se o dia estava ou não bonito. Será que havia sol, ou o céu estava encoberto, novamente, pela poeira das indústrias? Quando dou por mim, já estou velho e quebrado. Caminho em uma bengala, por um jardim de plástico, construído em um asilo.
Aos domingos, meu filho vem me visitar junto ao meu neto. Fala da sua correria, dos dias que passam voando, da falta de tempo para fazer o que quer e gosta. Vão embora e me deixam sozinho. Aproximo-me da janela e olho para o céu, o sol insiste em brilhar, algumas nuvens brancas deslizam sobre o tapete azul. Sei que me falta pouco tempo, mas o tempo que resta vou-me dedicar a fazer o que gosto, dentro dos limites do meu corpo e da minha mente, desejando que, no futuro, os homens vivam mais e corram menos, visto que o tempo se escorre na ampulheta e a vida, na outra vida, se aproxima a cada grão de areia que cai...