Sem Corpo, Nem Alma


Descobrir o encoberto,
Viajar bem fundo nos confins da mente
Que é na verdade infinita.

E sentir aos poucos
Tudo que vai surgindo,
Cada descoberta na relação comigo mesma
E em relação a mim mesma.

Depois estabelecer relações
Com os outros
E identificar tantos outros
Reconhecendo algo de si em mim.

E depois nomear estes sentimentos
Catalogá-los numa classificação
Do gosto ao não gosto,
Do que desejo ardentemente
Ao que arremesso com todo o meu ser.

E não lembrar de ser.
Pensar que já não existo,
Eme pôr ao lado
Einvisível de tudo que existe,
Eme deliciar de novo
Com a descoberta do observador
Que não pode ser observado,
Porque já não é, já não está.

E neste estado,
Nesta condição de não-ser me perguntar:
Não sendo eu, o que me resta fazer com todas estas descobertas?
E voltar de novo pra mim mesma e dizer,
Falando da alma para o corpo:
E agora quer brigar de novo?

Ibernise.
Barcelos (Portugal), 03JUN2012

Ibernise
Enviado por Ibernise em 03/06/2012
Reeditado em 16/06/2012
Código do texto: T3703622
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