O VIGÉSIMO SÉTIMO DIA COM OS AMIGOS - “ AMARANTE ” – PARTE 34
O Jornal “ O Dia” circulou de mão em mão durante o café dessa bela manhã de trinta e um de maio. Entre as manchetes da capa estava a informação que essa data foi instituída desde 1987 pela Organização das Nações Unidas – ONU como o “Dia Mundial de Combate ao Fumo”. Conforme a matéria, 27%, dos Teresinenses ainda fumam.
Aproveitei o assunto para dar conhecimento aos amigos turistas que o fumo foi cultivado no Piauí com muito sucesso entre os séculos XVIII a XX. Tem-se registro que antes de 1910 existia a Fábrica de Cigarro Cruzeiro em Parnaíba. Em 1953 a Tabacaria Ipiranga foi instalada em Teresina. Sabe - se também que a cidade de Miguel Alves, recebeu esse nome em homenagem ao cearense Miguel Alves que no século XIX instalou uma fábrica de fumo de corda artesanal na localidade piauiense e que depois quando elevada a categoria de cidade recebeu seu nome. Com a crise provocada pela II Guerra Mundial (1939 a 1945) o fumo e outros produtos perderam mercado.
Após o café fomos assistir o vídeo que mostra a cidade de Amarante. Dada a distancia de aproximadamente 480 km de Parnaíba não foi possível ir “in loco” conferir seu valor histórico e turístico. Ela foi fundada em 1871. É uma cidade privilegiada, por ficar as margens do rio Parnaíba. Cresceu rapidamente em decorrencia da navegação. Dizem que a cidade é filha do encontro do rio Canindé com o rio Parnaíba. É cidade de pessoas ilustres como o poeta e escritor da Antonio Francisco da Costa e Silva, autor do Hino do Piauí, de Dirceu Arcoverde, médico e político, da professora e escritora Nasi Castro e da tradicional família Lira que em 1915 fundou o Sítio Floresta, plantou árvores frutíferas, usou racionalmente os recursos naturais e introduziu a tecnologia nos engenhos para a fabricação de cachaça. Atualmente essa cachaça é industrializada, comercializada com sucesso e rotulado com o nome, “Cachaça Lira”.
Nas ruas estreitas da cidade de Amarante encontramos construções com inspiração lusitana retratada nos azulejos de origem portuguesa. Lá não existem ruas asfaltadas, o calçamento de pedras antigas são conservadas até o presente momento. Cidade de povo religioso. No dia 27 de maio é celebrada a Festa do Divino, uma das mais belas manifestações católicas do estado do Piauí.
Quem visita Amarante não pode deixar de ir até as praias fluviais formadas pelas as coroas do Rio Parnaíba, nem de deixar de ir apreciar o encontro das águas do rio Canindé com o Parnaíba. É visita também obrigatória ao Mirante que fica no centro da cidade e permite uma visão de toda área urbana e também dos rios e serras. É imperdível a visita aos Balneários Riachão e o Salobo. O primeiro com águas correntes, pedras e belas árvores. O segundo, com belíssimas cachoeiras, poços e muito verde. Na Avenida Desembargador Amaral se encontra os velhos casarões de azulejo. Nesse local são realizadas festas, desfiles, comemorações que agregam muita gente.
No setor cultural merece uma visita a Academia de Letras do Médio Parnaíba, ao Museu do Divino e ao Museu Odilon Rezende, onde se pode apreciar peças históricas e conhecer o auditório para reuniões e apresentações folclóricas.
A fonte de renda dos amarantinos provém da agricultura e do turismo. Os rios Canindé, Parnaíba e Mulato cercam a cidade transformando – a em área de lazer e atração turística. A Igreja de São Gonçalo, o Monumento da Costa e Silva, a beira-rio com bares oferecendo produtos da terra como cajuína, licores, doces e outros produtos artesanais, são exemplo de locais que os turistas gostam de marcar presença.
Meus amigos mais uma vez ficaram surpresos com as belezas das cidades piauienses. Eles gostaram também da parte folclórica da cidade de Amarante: o reisado, o bumba-meu-boi, a quadrilha junina e o pagode de Amarante.
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Parte 34 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. Parte 35 - “ Oeiras”.