Email...
E porque o dia estava cinza faltavam-me os pontos finais e sobravam-me as reticências e as vírgulas, e, não eram poucas...
Sabia a nota na palavra seguinte, o tom, a execução da frase que sem dúvida como um estilete perfuraria sem erro aquele ponto em flor viva em minha alma. Tudo bem, perfurado ou não, não feneceria. Sangrava, escorria mais e mais, sem que a sua morte fosse possível.
Nostalgia, suspiros...
Meus olhos alongados janela à fora acariciavam as cordas de um instrumento na longa e longíqua travessia que me trouxera até ali ou aqui... Foram tantos os tempos, tantos os contratempos, síncopes, altos e baixos. O equilíbrio se existiu, foi ato falho.
O medo de abrir as mensagens, de ouvir letras, acariciava minha pele no ar gélido da quase penumbra. Esse quase sentir pensamentos, essa empatia... Não, a empatia não me guia, ela, me tira do prumo. Ao não saber ao certo se é meu ou seu o esquecimento necessário.
Ao faltar-me o controle das ações. Minto! Ao deixar-me arrastar pela saudade e por essa fraqueza da carne e do espírito, perdi-me. Abraçada ao ontem estiquei todos o infinitos, estiquei todas as dúvidas e as vírgulas, mais uma vez, outra vez reticências... Seguiram meus dedos um caminho único e sem volta. Aquiesci aos seus e aos meus desejos. Abrindo e respondendo novamente seu Email...