ENTRE O REAL E O SONHO, SOBREVIVE O COTIDIANO!
Era madrugada!
Acordei sobressaltado!
Sonhei ou foi verdade!
Olho a mente e a mente
Não afirma nem desmente!
Foi assim: estava em VALPARAÍZO
Do CHILE, no mar de costas
Onde ficava a casa de PABLO NERUDA
Conversamos sobre mulheres
Ele me disse do seu amor
Por MATILDE URRUTIA
E declamou textos de seu lindo
CEM SONETOS DE AMOR dedicada à Matilde
Nisso olhei as ondas e lembrei-me
Dos cabelos ondulados de Maria Lúcia
E NERUDA quis saber
Dessa moça
Eu disse que é a estrela
Que ilumina meu olhar
Nisso no meio de um mirante
entre as dunas e um luar
surge como se de uma brisa
Raul Seixas que sem nada dizer
Cantou em sua guitarra amarela
'"TENTE OUTRA VEZ" e com uma fala
calma mas enigmatica disse estar amando
lá nas esferas... além da lua alguma mulheres nuas
Que ele as chama de poesias, e mais misterioso ainda
Olhando para NERUDA e eu se despediu
Com uma frase enigmática: a saudade é um espinho
Que carregamos na alma por admirar falsas flores.
O dia beirava e dentro de seu cachimbo aspirava quem sabe o
último frescor da manhã com o odor de seu ópio e foi-se como se levado para o alto nas bordas das ondas do mar de VALPARAIZO, Neruda e eu
conversamos um pouco mais, quando apitou o navio e este subiu
para o céu... e eu infelizmente acordei com um barulho danado
Um som automotivo anunciava coisas baratas da casa bahia.
CONSTANTINO GRIGÓRIO BARUC-02/06/2012