A inspiração é como a brisa matutina. Passa pelo seu corpo e toca a sua alma, com calma, paz e suavidade. Vem de repente, sem se saber bem de onde e vai embora da mesma forma como veio, deixando apenas uma sensação breve de que algo por ali passou. Se tivermos tempo para manifestá-la ela eclode de outra forma se vai.
Quando perco uma inspiração, tenho a sensação de ter perdido um filho. Fica um vazio dentro do meu coração, que só quem tem essa percepção é capaz de entender. Quero lembrar sobre o que era, me esforço, revejo todos os meus sentimentos, lembrando os meus pensamentos, mas às vezes não encontro em lugar nenhum. Parto para outra.
Outra inspiração é como outro filho. O que se foi deixou o seu lagar vago, o que vem é diferente, mas traz em si um sentimento de estar acontecendo no lugar de uma força que deveria ter sido, mas não foi. Vibro então amor intensamente, abençoo o novo que vem e deixo fluir em sentimento, o pensamento que agora sou.
Abro as asas para o horizonte e sinto da vida aquilo que me dá guarida e me recolho ao silêncio da alma, que com calma e simplicidade vai se espargindo por todos os cantos da vida, na lida da felicidade que como o perfume de uma rosa vai tocando todos os cantos da sensibilidade que me abençoa e floresce no poder eterno que sou.