O ZÉ - BESTA !
O sol se deitava mansamente numa tarde de verão – e lá estava eu sentado à margem da baía de Guajará, aproveitando momentos fortuitos para curtir a natureza –, foi quando se aproximou um amigo e a gente começou a trocar palavras, num jeito pai d’égua de açaí, maniçoba e tacacá – longe de pretensões literárias, arranjos de palavras ou coisas da alta costura - bem à vontade ! ...
Conversa vai e conversa vem, ele me contava a história do zé-besta, que certo dia ao encontrar com uma velhinha na parada do ônibus, tentou tirar uma de excelência, procurando interrompê-la:
- Vai pra onde, vozinha ?...
- Pra casa – respondeu a veneranda, já ganhando de primeira.
Sem perder o pique, prosseguiu em sua sapiência, enquanto o coletivo se aproximava.
O que o abestado não sabia é que estava lidando com uma juíza aposentada com um cabedal de conhecimentos extraordinários...
Sem “ tá nem aí “, o inculto em todas as dimensões, atreveu-se, então, a abrir as suas bestologias, citando leis do trânsito, princípios, ditames e buscando paralelos com a realidade circundante...
Comenta aqui, retroage ali, enrola acolá, sempre tirando uma de mestre sem nunca ter sido discípulo - e sem noções da língua-pátria, pelo menos do campo morfológico, passou a cruzar conjunções, advérbios e preposições.
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Lá pelas tantas, já bem atrapalhado, - e " confundindo alhos com bugalhos “, chegou a vez da velhinha dar-lhe o “ golpe de misericórdia “, interrompendo o impostor :
- Bem, meu amigo, é sempre bom lembrar aos navegantes que, para se atingir um alvo – é preciso vê-lo primeiro - e para ensinar é mister ter conquistado um aprendizado na esfera didática !...
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POIS É ... E HÁ TANTA GENTE ASSIM ... TROPEÇANDO NA PRIMEIRA PEDRA ... SEM SABER A DIFERENÇA ENTRE VOGAL E CONSOANTE !
" Eta vida besta, meu Deus " !!!
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