POR TUDO AINDA
Por tudo ainda que não tive coragem de escrever, me arrependo.
O pêndulo, de um lado para o outro, me avisa para apressar o passo.
Me arrepio, por tudo que ainda tenho para escrever.
O pêndulo, de um lado para o outro, agita minha vontade, e, sem inspiração, fico invisível para as letras e as palavras.
É certo que as palavras também erram, se esquivam, disfarçadamente, dando outros significados, outras formas às frases, mas o equívoco, proposital ou não, desliza, derrapa, desaba em forma de devaneios, cortando a emoção nossa de cada dia, avaliando se vale a pena continuar, empurrando com a barriga, este trajeto sem fim, parece.
Parecido foi o tema escolhido, encolhido, sem fim? As palavras existem ou são uma ilusão de óptica, digo, do pensamento? Pensamento este que extrapola o cotidiano para alçar voos mais altos, pensando já no segundo grau, já que estou repetindo o ano, continuamente. A mente, suada, já não suporta tanta pressão, mais.
Vou criar coragem, vou escrever, ver, crer, me matricular num curso mais avançado, prometo, e promessa é dívida, já estou muito endividado.
Neste mundo em que não vivo, as palavras devem ser selecionadas, muito bem selecionadas, para que a patrulha não chegue e confisque todo o sentido, qual?