Um dia para nunca mais
Na segunda feira Joaquim amanheceu o dia com o olho direito inchado. Uns diziam que era terçol; outros diziam que era nascida; por sua vez outros alegavam que era conjuntivite.
A noite foi se aconchegando inquieta, quando ele chegou em casa, com o lado do rosto mais inchado.
Não podendo ficar calada a mulher fez a sua referencia e disse a ele que deveria procurar um médico. Mas em sua teimosia máscula retrucou.
Lá pelas vinte e duas horas sua filha liga e quer desabafar. Ele vai ao seu encontro e aproveita para ir num posto de saúde local.
O terceiro a ser atendido, mal pôs o olho no que disse o paciente, a médica mal versada diagnosticou:
- alergia!
E o receitou tomar uma injeção intramuscular e outra endovenosa.
O rapaz saiu do posto atordoado. Comunicou a filha que estava sentindo a língua pesada e uma certa tontura.
Lá fora, lá pelas onze e meia os dois conversando e ele se sentindo atordoado. Embarcou no carro e levou a sua filha para casa da avó.
De volta a sua casa Joaquim começou ase sentir mal e comunicou a mulher. Confabularam rápido e resolveram ir a outro posto de saúde.
Lá chegando de imediato atendido o rapaz contou a o médico o que estava sentindo, naquele momento acrescido de uma inquietação e falta de ar no corpo.
O médico receitou um soro, segundo ele, o incomodo era em função da injeção e o soro iria a ajudar.
O tempo foi passando e o rapaz não teve melhora.
Nesse interim muda de médico plantonista.
O rapaz agoniado se reclama com a enfermeira, que conta a Joaquim sobre a reação da injeção no seu marido. E em seguida comunica a doutora, que acabara de entrar de plantão.
Ouve a informação da enfermeira e recomenda auferira pressão do paciente.
Após o resultado, a médica conversa com o paciente e tenta tranquiliza-lo dizendo que é normal e que se ele quiser ela manda lhe aplicar outra injeção.
Com a alta da médica, mesmo não se sentindo muito bem resolve ir embora. Mas no caminho para casa sente que vai desfalecer e suas mãos ficam geladas. Pede então para sua esposa o levar de volta ao posto de saúde.
Lá chegando, a doutora ao vê-lo pálido, pede novamente que lhes alferem a pressão e lhe coloquem o oxigênio.
A chefe dos enfermeiros em comum acordo com a médica de plantão chama a ambulância, para leva-lo ao Pronto Socorro Municipal para fazer eletrocardiograma ou alguns exames mais específicos, que o posto não tem condições de fazer.
Lá pelas três da matina o rapaz chega ao Pronto Socorro. Espera alguns minutos para ser atendido por outro médico. Um médico idoso e mais carrancudo, que ouve o pacientedizer o que está sentindo e o que aconteceu. E em seguida, sem muito mistério manda lhe aplicar outra injeção para cortar o efeito do remédio.
Lá pelas quatro da manhã o rapaz veio a falecer.
Ao amanhecer o dia a mulher e s filhos diziam:
- Meu Deus eles estava bem, foi só entrar no hospital pra morrer.
No jornal local, com a maior naturalidade as autoridades diziam em resposta a sociedade e a família,é que iriam apurar responsabilidades. Mas quemmorreu e quem dependia do falecido, mais uma vez é quem ficou no prejuízo.